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Um mês do desaparecimento de Wesley

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João Camargo

Na última segunda-feira, 28 de setembro, completou um mês que o adolescente Wesley Pires Alves Filho, de 13 anos, saiu da casa onde mora com os pais e as duas irmãs, em Franca (SP). Na­quela oportunidade, o garoto teria dito que iria até um va­rejão da cidade, porém, não foi mais visto desde então.

Ainda no início das in­vestigações, câmeras de segurança flagraram o mo­mento em que Wesley saiu de casa e percorreu alguns bairros da cidade. O último registro de câmeras mostrou o adolescente na Rodovia Ronan Rocha. No entanto, depois disso, nada concreto foi encontrado.

Segundo Camila Pedro­so de Oliveira Alves, mãe de Wesley, a família já realizou buscas em várias cidades de região, como Sertãozinho, São Joaquim da Barra e Ri­beirão Preto, por exemplo. Ela conta que, em Ribeirão, chega­ram a encontrar quatro meni­nos, mas nenhum era Wesley.

“Recebemos informa­ções de gente falando que viu, mas, quando chegamos, não tem nenhuma câmera, não tem nada, não acha nin­guém”, comentou.

Câmeras de segurança flagraram o momento em que Wesley saiu de casa e percorreu alguns bairros de Franca

Camila ressalta que está muito difícil ficar sem notí­cias do filho desde o dia do desaparecimento. “A Polícia não descobriu nada. Nin­guém mais viu. Quando dis­seram que tinham visto, a gente ia até o local, mas nada comprovava. Não achamos nada. Então é uma situação muito complicada, porque eu não sei se ele está vivo ou morto. Não tem sinal de nada”, relatou.

Questionada sobre o que acredita ter motivado a pos­sível fuga de Wesley, Camila diz não saber. “Não tem um motivo. Não teve briga, não teve um comportamento di­ferente dele, não teve nada, não aconteceu nada. Pelo caminho que ele traçou, eu acredito que, por ele estar dentro de casa desde abril, ele possa ter ido por onde ele conhece, por onde os amigos dele moram. Mas eu não sei te dizer o que aconteceu depois disso, porque uma fuga não foi. Ele não levou nada, saiu de casa de chinelo, não levou dinheiro”, relatou Camila.

Em meio a tantos ques­tionamentos e quase nenhu­ma resposta, Camila pede para que o filho volte para casa para poder abraçá-lo novamente. “Não preciso saber de nada, só quero que ele volte”, finalizou.

Para aqueles que possuí­rem mais informações sobre o desaparecimento do ga­roto, deve ser feito contato com a Polícia, por meio do telefone 190.

Perfil psicológico
Diante das incertezas e pistas que não resultam na localização do garoto, a Dele­gacia de Investigações Gerais (DIG) de Franca traçou um perfil psicológico do adoles­cente, para entender o motivo pelo qual ele fugiu e não quer voltar. Hipótese essa em que a Polícia se baseia.

O psicólogo Felipe Areco acredita que não há um fator específico e único que leve um jovem a querer sair de casa

Em entrevista ao Tribuna, Eduardo Bonfim, delegado do caso, informou que o celu­lar de Wesley está sendo pe­riciado, mas não há nenhum tipo de conversa que remeta a ele querer sair de casa.

“Não tem nada. São mui­tas mensagens, que ainda estão sendo analisadas, mas nada sugere uma fuga, nada indica um problema maior dentro de casa, nada que te­nha despertado interesse na investigação”, disse.

O psicólogo e docente do Centro Universitário Ba­rão de Mauá, Felipe Areco, aborda o caso de uma ma­neira abrangente, traçando um perfil de jovens que bus­cam se encontrar no perío­do da adolescência.

Para ele, o tema deve ser debatido de uma maneira plural, olhando para como é a relação de um adolescente com seus pais, familiares e amigos. Além disso, Felipe ressalta que não há um fator específico e único que leve um jovem a querer sair de casa.

“Nesse processo da ado­lescência, existe uma fluidez de pensamentos, existem mu­danças bruscas de ideias em relação ao que um adolescen­te pensa. Eu não digo que isso está errado, mas isso precisa ser observado”, disse.

Felipe acredita que o pe­ríodo da adolescência é de grandes mudanças e de grandes expectativas, e lidar com a frustração para um adolescente é bastante deli­cado. Contudo, o psicólogo acredita que uma possível fuga não significa que não estava acontecendo uma boa relação entre o adoles­cente e seus pais.

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