No primeiro mês do ano, o Brasil assim como muitos países, destacam o Janeiro Roxo em alerta para o combate e a conscientização para a hanseníase. A campanha promovida pelo Ministério da Saúde, consiste em diversas iniciativas de conscientização sobre a doença.
A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo Mycobacterium Leprae. No Brasil, ela é considerada um problema de saúde pública, especialmente em algumas regiões que apresentam altas taxas de incidência.
O Brasil ainda registra um número significativo de novos casos anualmente o que tem feito o país enfrentar, nos últimos anos, um desafio persistente no controle da hanseníase. O Ministério da Saúde faz campanhas de conscientização e rastreamento, mas as taxas de detecção continuam elevadas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
A hanseníase em Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto, desde 2016, o Departamento de Vigilância em Saúde tem constatado o aumento no número de casos de hanseníase diagnosticados, sendo que, em 2021 (últimos dados disponíveis), foram confirmados mais de 200 casos novos, classificando a cidade como muito alta endemia, ou seja, aqui a hanseníase é um importante problema de saúde pública.
Esse aumento é preocupante, uma vez que a detecção precoce é fundamental para evitar a evolução da doença e suas sequelas. A taxa de detecção no Estado, embora menor em comparação com outras regiões do Brasil, ainda é significativa e aponta para a necessidade de um trabalho mais efetivo na vigilância e na educação em saúde.
Os sintomas iniciais, que incluem manchas na pele, perda de sensibilidade e fraqueza muscular, são frequentemente minimizados, resultando em diagnósticos tardios. O tratamento é gratuito e disponível na rede pública de saúde, mas a conscientização sobre a doença ainda precisa ser ampliada para que mais pessoas procurem atendimento.
De acordo com a médica, Gabriela Morales, a hanseníase é uma doença que afeta a pele, nervos periféricos, mucosas e olhos, levando a incapacidades físicas e a marginalização social.
“A transmissão ocorre, principalmente, por meio de secreções respiratórias de indivíduos infectados, sendo mais comum em locais com muitas pessoas e condições inadequadas de sociabilidade. Apesar de ter cura com a administração de poliquimioterapia, a falta de informação e o preconceito ainda dificultam o reconhecimento e o tratamento precoces”, afirma.
“O objetivo do Janeiro Roxo é conscientizar a população sobre formas de contágio, tratamentos e importância do diagnóstico precoce. Por isso é importante sempre ficarmos atentos e procurar um profissional sempre que necessário”, conclui Gabriela.
Dúvidas e respostas sobre a doença
O que é a hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa que afeta principalmente a pele e os nervos e é causada pela bactéria Mycobacterium leprae.
Como é transmitida?
A transmissão da doença acontece pelo ar, sobretudo em situações de contato próximo e prolongado, como entre pessoas que moram na mesma casa. Apesar disso, a maioria da população consegue se defender naturalmente da bactéria, não desenvolvendo a doença caso seja contaminada.
Que alterações a hanseníase provoca?
Como a bactéria da hanseníase afeta principalmente os nervos e a pele, as principais alterações ocorrerão nesses locais. O acometimento dos nervos periféricos pode se manifestar por dormências, perda de sensibilidade, dor nos nervos, câimbras e perda de força muscular, principalmente nos nervos das mãos, pés e rosto. Já na pele, a hanseníase pode causar manchas esbranquiçadas ou avermelhadas que não costumam coçar ou doer.
Como é feito o diagnóstico da doença?
O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, realizado durante uma consulta médica com avaliação da pele e dos nervos periféricos.
Como é feito o tratamento?
O tratamento da hanseníase é feito com antibióticos que são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde e nas Unidades de Referência (CRECentral e CSE Cuiabá) de Ribeirão Preto.
A hanseníase tem cura?
A hanseníase tem cura. É importante que o paciente siga o tratamento de maneira regular até o fim para que se cure de forma definitiva, não permitindo o retorno da doença. Quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas.