Foi um dia de caos na Rodovia Anhanguera (SP-330), no trecho entre Ribeirão Preto e Cravinhos. Um engavetamento com quatro veículos e um caminhão-tanque carregado com gasolina, na manhã desta quarta-feira, 28 de março, causou uma morte, deixou quatro pessoas feridas – duas em estado em grave – e provocou seis quilômetros de congestionamento.
À noite, 14 horas depois do acidente, o trecho da Anhanguera foi liberado. A pista sul, sentido interior- capital, ainda dependia da retirada da carreta e de dois tanques de combustível, segundo a Autovias, concessionária responsável pelo trecho. A dificuldade de acesso dos guindastes ao local, de acordo com a empresa, adiou os trabalhos, até então previstos para serem concluídos às 18 horas. Os trabalhos terminaram por volta das 22 horas.
Houve vazamento de combustível e o Corpo de Bombeiros passou o dia trabalhando no local. Uma das pistas no sentido capital-interior, onde ocorreu o acidente, foi liberada por volta das dez horas da manhã. A liberação das pitas no inverso demorou mais. Muita gente passou mais de seis horas na estrada.
Segundo o tenente da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), Péricles Veronezi Flora, duas pessoas que estavam na carreta bitrem e outra que estava em um dos automóveis foram socorridas com ferimentos graves. Outras duas vítimas sofreram ferimentos leves. O passageiro do caminhão foi levado à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), mas não resistiu aos ferimentos. Já o motorista, continua internado em estado grave.
As causas do acidente serão investigadas, mas, segundo o tenente, a suspeita é de que o caminhoneiro seguia no sentido capital-interior e perdeu o controle da direção em um trecho de descida. O veículo derrubou a mureta de concreto no canteiro central e tombou na pista contrária. Houve vazamento de gasolina e a rodovia foi interditada.
Equipes do Corpo de Bombeiros, da Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e da concessionária estiveram no local e descartaram contaminação do solo. O subtenente da Polícia Rodoviária Rivaldo Ferreira disse que o caminhão levava entre 40 mil e 45 mil litros de combustível. O risco de explosão obrigou a interdição das pistas.
“Existe risco de explosão em razão do gás, porque aqui é muito calor e a gasolina gera esse gás. O risco de explosão não é no líquido, é no gás”, explicou Ferreira. Ainda de acordo com o subtenente, existe a suspeita de que o caminhão trafegava acima do limite de velocidade da via, que estava passando por obras no momento do acidente, já que se trata de trecho de descida bastante íngreme, onde os veículos devem descer a 60 quilômetros por hora.
O caminhoneiro foi levado para o HC-UE. Duas vítimas foram encaminhadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Treze de Maio, em Ribeirão Preto. O capitão do Corpo de Bombeiros Glauco Castilho Rossi afirmou que 15 agentes e oito viaturas trabalharam no local. As equipes realizaram o isolamento da área onde havia combustível, com distância de 100 metros dos demais veículos.
Barricadas com terra foram colocadas próximas ao canteiro central da rodovia para evitar a contaminação do solo. À tarde, outro caminhão transportou a gasolina que restou dentro dos tanques. A Polícia Rodoviária informou que não houve contaminação de mananciais, assim como a Cetesb. O trânsito teve que ser desviado.
Quem trafegava no sentido capital-interior teve que usar o acesso no quilômetro 290 e continuar pela Rodovia José Fregonesi (SP-328) até o quilômetro 14, para depois acessar a Rodovia Antônio Machado Sant’Anna (SP-255) até o quilômetro 307, e então retornar à Anhanguera. Já os motoristas que estavam no sentido interior-capital fizeram o sentido inverso, ou seja, seguir pela Antônio Machado Sant’Anna até acessar a José Fregonesi e depois a Anhanguera, em Cravinhos.