O cão Scotch tem 17 anos e faz parte da vida do casalMaíra Fonseca e Alex Rizzo praticamente desde o seu nascimento, quando foi adotado por meio da Associação Vida Animal de Ribeirão Preto (AVA), uma Organização Não Governamental que trabalha para o bem-estar de cães, gatos e cavalos.
Na época, Maíra decidiu que queria adotar um filhote de cachorro vira-lata – sem raça definida – e começou sua peregrinação atrás de um. Como no início dos anos 2000 não existiam as redes sociais como atualmente, sua busca por uma entidade que cuidava de animais foi mais complicada e feita através da lista telefônica e da então insipiente internet disponível naquele período.
Ela relembra que quando entraram em contato com a entidade, havia apenas filhotes de outras raças para adoção, mas nenhum vira-lata. “Disse para Cristina Dias (referindo-se à diretora da AVA) que só me interessava por um vira-lata e ela me garantiu que quando encontrasse um me ligaria”, conta. Pouco tempo depois, Maíra recebeu um telefonema comunicando que tinham encontrado um filhote, mas que ele estava machucado e que seria tratado pelo veterinário para depois ser doado. “Quando vi ele foi amor à primeira vista. Ele veio com uma gravatinha laranja no pescoço e era feio que dava dó”, conta rindo. Desde então Scotch se transformou no “xodó” do casal e se tornou o primogênito da família. Maíra e Alex têm um filho, Giovanni, de 11 anos, que também é um apaixonado pelo vira-lata.
Arredio com pessoas estranhas e dono de um olhar meio enigmático, Scotch não é bravo, nunca mordeu ninguém e já é considerado um cão idoso. Mesmo tendo sido vítima recente de uma arritmia (problema cardíaco) que lhe rendeu um intenso tratamento veterinário está remoçando graças à chegada à família da vira-lata Meg, de quatro anos de idade. Ela foi adotada pelo casal há um ano e meio.
Além do desejo de ter mais um animal, a adoção de Meg teve como outro motivo dar ao filho Giovanni um novo amigo canino em função da idade de Scotch. “Quando meu filho era mais novo vivia perguntando quantos anos um cão vive. Aí a gente inventava que eles vivem cerca de sessenta anos para evitar falar que o Scotch já estava velhinho”, explica Maíra.
Entre os hábitos do cão está o de ficar deitado sempre num canto específico da sala de estar da residência e o de dormir no quarto do casal. Este hábito só mudou recentemente porque durante a noite ele passou a urinar várias vezes. Para evitar ficar abrindo e fechando a porta para ele o casal optou por preparar um local especial na área externa da casa. “Converso bastante com o Scotch e sei que entendeu que nesse momento isso foi o melhor para ele”, diz. Pelo carinho que Scotch demonstra por Maíra a mudança provisória do local onde dorme parece ser apenas um mero detalhe. Ele e Meg têm trânsito livre por toda residência do casal.
Cuidados especiais
Outro cão que recebe amor e tratamento especial de seus donos é a vira-lata Lola de um ano e dez meses,dada de presente ao casal de empresários, Mariana e Greco. Ela conta que Lola foi escolhida entre outras cinco fêmeas. “Foi paixão à primeira vista, pois era a mais linda e calma. Levamos ela para casa e com apenas quarenta dias de vida”, relembra.
Os primeiros meses de vida de Lola, entretanto, foram complicados. Isso porque, todas as vezes que comia ela vomitava o que acabou sendo diagnosticado como um distúrbio chamado megaesófago. A dilatação esofágica é uma lesão grave freqüente no cão, especialmente em raças de grande porte. Não permite a correta alimentação do animal e pode evoluir para outras patologias, como a pneumonia por aspiração.
Em função da doença Lola passou a receber alimentação na posição vertical, de forma fracionada e em pequenas quantidades. “Após as refeições, a mantínhamos no colo por aproximadamente trinta minutos para que a gravidade ajudasse na digestão”, conta. O ato é semelhante ao que as mães fazem com o bebê quando ele acaba de receber alimentação, só que no caso da cachorra era feito por muito mais tempo.
Por ser uma cachorrinha doente, ela se tornou muito especial para toda a família. Porém, a medicação e os cuidados especiais do casal resultaram na cura, constatada pelo veterinário através de exames. “Eu escolhi a Lola e ela me escolheu. Era para ser nossa, pois ela precisava dos nossos cuidados para permanecer viva. Tenho certeza que a Lola foi um presente de Deus em nossas vidas, trazendo amor, alegria e felicidade. Ela sempre será nossa princesinha, que amamos e estaremos juntas até o seu último dia de sua vida”, finaliza.
Um mercado sem crise
Na contramão da crise econômica que o país atravessa, o mercado de produtos Pet está em permanente expansão. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) prevê que este segmentodeverá atingir o faturamento de R$ 20 bilhões,em 2020. Um faturamento que tem sido impulsionado por um crescimento médio anual acima de 5%.
Só para exemplificar, em 2016, o faturamento do setor chegou a R$ 19 milhões e, em 2018, a previsão – os números finais ainda não foram divulgados – é de ele atinja os 19,2 bilhões de reais. Um aumento de 7% em relação ao ano anterior.
Para entender porque a crise passa ao largo do setor, basta analisar uma pesquisa realizada pela consultoria CVA Solutions, que envolveu 3.675 donos de cães e 2.270 possuidores de gatos. De acordo com o levantamento, os proprietários de cães investem, em média, R$ 294,00 por mês com seus pets, sendo R$ 121,00 na compra de ração. Já os proprietários de gatos investem em média, R$ 200,00sendo que deste total, R$ 90,00 são para a compra de ração. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação estima que 70% do faturamento do mercado pet brasileiro estejam diretamente ligados a produtos para a alimentação de cães e gatos.
Já em relação à saúde, 8,7% dos donos de animais possuem plano de saúde para seus bichinhos. Segundo levantamento de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 50 milhões de cães e 22 milhões de gatos de estimação.
Sem fiscalização, grandes animais passeiam pelas avenidas
Encontrar animais soltos nas vias públicas de Ribeirão Preto tem sido algo cada vez mais frequente. Isso porque há três meses o contrato da Administração Municipal com a Clínica Ricardo, responsável pelo recolhimento destes animais na cidade foi rompido pela empresa sob a alegação de que o pagamento pelo serviço estava atrasado há vários meses.
Com o cancelamento as ruas de muitos bairros, principalmente os da periferia, se tornaram o lugar ideal para cavalos, cabras e porcos, entre outras espécies perambularem atrás de resto de comida e do capim existente nos canteiros centrais de avenidas, praças ou nos terrenos baldios. Os bairros onde existem mais animais perambulando pela vias públicas são: Vila Albertina, Jardim Salgado Filho e Parque Ribeirão. A multa por abandono de animais em vias públicas pode chegar até R$ 300,00.
O problema não atinge apenas animais vivos. Há quinze dias, por exemplo, moradores levaram cinco horas para abrir um buraco com dois metros de profundidade e três de largura, para enterrar um cavalo que havias morrido numa área onde funciona um campinho de futebol de várzea na periferia da cidade.
Para tentar descobrir as causas e os motivos do que classifica como omissão do poder público, a Câmara de vereadores, por meio de requerimento do vereador Marcos Papa (Rede), instaurou no ano passado a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Eutanásia. Além de casos específicos, como a eutanásia de um cavalo realizada em agosto do ano passado, no bairro Branca Sales, a comissão quer respostas para o abandono de animais nas ruas da cidade. A CPI ainda não foi concluída
Em nota a Prefeitura informou, por meio da Coordenadoria do Bem Estar Animal, que uma nova licitação está sendo aberta para a contratação de uma empresa para o recolhimento dos animais. Não informou, contudo, quando ela estará concluída. A Coordenadoria afirmou também que quando a população ver animas soltos nas vias públicas deve entrar em contato pelo telefone (16) 3628-2778 para que o proprietário dos bichos seja acionado.
Quantos anos eles vivem
CÃES DE RAÇA
Raças de cães pequenos entram na velhice por volta dos 8 anos de idade e chegam a viver até 15 anos.
Cães de tamanho médio ficam velhos por volta dos 8 anos, mas vivem menos: entre 10 e 14 anos.
Cães de raças grandes se tornam velhos entre os 5 e 8 anos vivendo muitas vezes um tempo inferior a 10 anos.
VIRA-LATA
Eles não possuem em sua carga genética problemas típicos e comuns de animais considerados puros. Por terem tamanhos e porte físicos muito diferenciados entre si, a expectativa de vida deles gira entre 14 e 18 anos. Os cachorros menores tendem a viver mais, enquanto os grandes vivem menos.
Vale destacar que essa é uma média geral. Eles tanto podem viver mais ou menos, dependendo de uma série de fatores, com cuidados veterinários e alimentação.
GATOS
Em média eles vivem de 15 a 20 anos, podendo chegar até os 30 ou mais, se forem bem cuidados.
Esta média é feita a partir de animais que vivem dentro de casa, sem acesso à rua.
Já os gatos que vivem livres correm mais riscos de acidentes,envenenamentos, brigas, doenças, maus-tratos e dificilmente ultrapassam os 5 anos.