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Um Brasil melhor para todos

A última semana foi recheada de notícias impactantes como a morte do renomado jornalista Saulo Gomes. Teve celebridade musical enxovalhada após postagem preconceitu­osa contra uma menina vítima de câncer; a inefetividade do Ministério do Meio Ambiente em combater os desastres am­bientais; o show do Flamengo na Copa Libertadores; a briga interna do partido do presidente da República; a aprovação da reforma da Previdência pelo Senado e a votação no Su­premo Tribunal Federal sobre a prisão após condenação em segunda instância. Acontece que uma das informações mais relevantes não mereceu a atenção frenética das redes antisso­ciais: o Relatório de Riqueza Global do Credit Suisse.

Segundo dados relatados na décima edição, 42 mil pes­soas ingressaram no restrito rol de milionários, que agora soma 259 mil. Por incrível que pareça estamos entre os países com o maior crescimento no ranking, perdendo apenas para Estados Unidos, Japão, China, Alemanha e Holanda. Se con­siderarmos a categoria dos que acumulam riqueza acima de US$ 50 milhões (ultra high), teremos 800 novos indivíduos, perdendo apenas para os estadunidenses.

Os ufanistas precipitados poderiam alegar que se trata de um reflexo positivo da política econômica do atual governo, o que já alerto tratar-se de um equívoco. A realidade é que o abismo da desigualdade está cada vez maior e intransponível com 1% mais rico da população acumulando 49% de toda a riqueza familiar do país.

Uma das razões para o aumento da desigualdade foi o au­mento da precarização do mercado de trabalho, com aumen­to do desemprego e dos empregos informais que já superam os 35,42 milhões de pessoas. A pesquisa aponta também que uma das questões problemáticas do mercado de trabalho bra­sileiro continua sendo a desigualdade salarial entre brancos e pretos. Segundo a Pnadc, em 2018, trabalhadores brancos receberam cerca de 75% a mais do que os pretos e pardos.

A desigualdade social possui várias causas entre quais: má distribuição de renda e o baixo investimento nas áreas sociais, saúde e cultura. Corrupção emá administração dos recursos públicos também colaboram provocando miséria, violência e criminalidade.

Não se trata de ser contra o setor produtivo ou aqueles que empreendem, aliás,só por curiosidade, os três maiores bilionários brasileiros têm origem do patrimônio nos setores bancário e bebidas/investimentos. Também não é sobre mero assistencialismo. Para alterar o quadro será necessário um forte investimento em melhorar o desempenho educacional em toda a força de trabalho e minorar a divisão entre os seto­res formal e informal da economia, porém as ações políticas e econômicas apresentadas caminham para a exclusão e criação de muros, quando a necessidade da maioria da população é justamente a criação de pontes que auxiliem na redução da miséria e promovam justiça social.

O país sonhado pela maioria é aquele que acima de tudo, seja um Brasil melhor para todos.

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