A agressão sofrida pelo candidato Jair Messias Bolsonaro no último dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, representou, sem qualquer dúvida, um atentado à própria democracia brasileira. Como é natural, a repercussão desse ato inominável não ficou restrita apenas aos jornais e emissoras de rádio brasileiros; a imprensa internacional igualmente se ocupou do fato dando, ao nosso Brasil, um destaque indesejado junto à opinião pública de todo o mundo.
Manifestações de repúdio a esse ato insensato partiram tanto dos demais concorrentes à presidência da República como, igualmente, de representantes dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Um dos que registraram o seu inconformismo com tal violência foi o meu filho, vereador e candidato a deputado estadual, Mauricio Gasparini, cuja manifestação me solidarizo integralmente: “Repudio – escreveu Mauricio em seu facebook – qualquer ato ou tipo de violência. A democracia é feita de muito diálogo, exposição de ideias e de respeito acima de tudo”.
O diálogo não pode, em qualquer hipótese, ser substituído pela agressão – seja ela verbal ou física.
Da mesma forma como as eleições de 2014 foram marcadas pelo acidente aéreo que matou o candidato Eduardo Campos, as de 2018 já têm a marca da facada contra um dos postulantes com a intenção clara de alijá-lo do páreo sucessório; não fosse a rapidez e a qualidade do atendimento médico encontrado pela vítima em Juiz de Fora a morte de Bolsonaro teria sido inevitável…
Há muito ódio, por outro lado, espalhado pelas redes sociais…
Até onde a democracia brasileira poderá suportar tanta intolerância e tanto radicalismo sem apresentar um antídoto eficaz?
Um ato sem precedentes na vida brasileira, desde a redemocratização, o atentado contra Bolsonaro representa um retrocesso de consequências imprevisíveis no próprio desdobramento da atual campanha presidencial…
Violência, comprovadamente, gera violência e violência não pode, nunca, se transformar numa linguagem política.
Num país que vive sob o chamado Estado Democrático de Direito, a sociedade brasileira não pode acolher calada esse tipo de delito, um ato de natureza terrorista e uma afronta aos princípios básicos da democracia. Conforme se manifestaram os Sindicatos dos Delegados Federais e Estaduais de São Paulo “é inegociável a necessidade de que haja liberdade plena de expressão e de pensamento, principalmente, entre aqueles que disputam o cargo de presidente, que será responsável, pelos próximos quatro anos, pelo destino social e econômico de mais de 200 milhões de brasileiros.”
No Brasil com o qual sonhamos e queremos não pode e nem deve haver lugar para agressões ou atentados; a base da boa política – mesmo envolvendo divergências ideológicas ou posições antagônicas – é o diálogo. Sem diálogo ou sem respeito entre os contrários não pode haver democracia. É fundamental, portanto, que haja o urgente reencontro do caminho do equilíbrio e da paz!