Um aplicativo que tem como objetivo evitar o desperdício de água. Esse é o “HidroRibeirão”, desenvolvido pelos pesquisadores Flávio Pinheiro – da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP) –, Cynthia Melo (Universidade Estácio de Sá), Gabriel Victor Soares Alves (Faculdade Reges de Ribeirão Preto), Lara Medeiros Gonçalves (Centro Universitário Moura Lacerda) e Thiago Garcia (Universidade Federal de São Carlos,a UFSCar).
A ideia surgiu durante o HackRibeirão 2017, uma maratona de 30 horas de programação voltada à gestão pública e foi a vencedora. “Tivemos o briefing dos problemas. No dia anterior recebemos essas informações e eu comecei a pesquisar sobre esse tema do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto), mesmo sem a equipe estar formada, fui pra lá sem equipe. No dia, conhecemos a equipe e discutindo entre os membros, em especial o programador o Thiago, verificamos a viabilidade da ideia”, conta Flávio Pinheiro.
Na prática, o “HidroRibeirão” é um aplicativo para celulares que tem, duas funcionalidades diferentes que se complementam no seu objetivo final: melhoria da gestão dos recursos hídricos da cidade. “A primeira funcionalidade do aplicativo possibilita o munícipe comunicar-se com o Poder Executivo, indicando locais onde existem vazamentos aparentes na via pública, e também notificar a falta de água. Essas notificações passam pelo sistema da autarquia e transformam-se em uma agenda de serviços, para as equipes de servidores responsáveis pela manutenção. As equipes vão recebendo, ao longo do dia, os pontos de reparo, com o trajeto otimizado e a definição de prioridade dos atendimentos. O sistema, traz um grande benefício na medida que pode mapear o problema e alimentar um banco de dados”, explica Pinheiro.
O estudante acrescenta que essas informações podem ser combinadas com outras tais como: o mapa das bombas e poços; mapa de obras da infraestrutura; topografia do local; zoneamento urbano; entre outras. “Enfim, vai possibilitar uma visão mais completa do problema para alocação de recursos, em geral escassos, com mais precisão. Esta é a primeira perspectiva”, diz Pinheiro.
A segunda funcionalidade é mais ousada e propõe a implantação da autoleitura nos hidrômetros. O munícipe faz a leitura de sua água, escaneando o hidrômetro ou digitando os números, envia diretamente a informação para a empresa e obtém a cobrança em tempo real ou em tempo reduzido. O munícipe teria que receber alguma compensação na conta, pelo serviço. “Cabe ao poder público calcular essa compensação, com base no que é economizado em serviços de leitura. Acredito que é possível chegar num ponto onde todos ganham”, explica o estudante.
Segundo Flávio Pinheiro, a ideia ainda não foi apresentada aos gestores públicos do Daerp, mas há tratativas. O grupo pretende viabilizar o projeto, que pode posteriormente ser replicado para outros municípios, de acordo com a realidade de cada cidade.