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Um ano se passou: que saudades, meu filho!

Dia 17 de agosto é uma data muito triste em meu lar, pois ela marca o dia da partida de meu filho Lucas Bueno. Já se vão 13 anos, nem parece que faz todo este tempo. Tudo está tão vivo dentro de mim, nos meus pensamentos… Pode pas­sar o tempo que for, sei que será sempre assim. Agora, em 30 de junho, outra lembrança vai se juntar a ela. As duas deram um jeitinho de se acomodar em meu peito, que não tem jeito: transborda saudades.

Dia 30 fará um ano da partida de meu filho Paulo Bueno. Quando digo a um amigo, ele se espanta e devolve: “Poxa, Buenão, mas já faz um ano?” Pois é, mas pra mim tudo é e sempre será como se fosse ontem. Repito, sei que será sempre assim. A falta que cada um deles faz, cada um com seu talen­to e habilidade para me ajudar, cada um à sua maneira, nada preencherá o vazio que deixaram.

Paulo era muito habilidoso nessas modernidades. Eu, um velho dinossauro, sempre o convocava para socorrer-me, ora no computador, ora no celular. Tinha uma paciência de pou­cos. Diferentemente de Lucas, que logo saía fora, ele mostrava estar muito à frente do nosso tempo.

Deus me presenteou com dois filhos maravilhosos, sempre lhe agradeço a oportunidade de ser pai deles, como espírita que tento ser, por tudo que conheço da doutrina, sei que o tempo deles aqui na terra era esse. Quando Lucas partiu eu procurava notícias suas através de médiuns espíritas, sabia como ele estava, o que fazia por lá até que passado um ano e meio mandou-me sua primeira mensagem psicografada, onde agradece a mim e minha esposa por tê-lo aceito como filho, mesmo sabendo que ele iria embora mais cedo.

Na época, não entendia como hoje o que ele tentava me passar. Recebi dele inúmeras mensagens, todas tão verdadeiras que não me deixam dúvidas, detalhes que só eu sei, como uma cirurgia que tive de fazer. Um mês depois ele escreve que eu teria que passar por isso, mas que continuasse cantando, pois essa é minha missão aqui e que não me preocupasse, porque o manto de Nossa Mãe Santíssima estava me cobrindo.

Chico Buarque, em sua maravilhosa canção “Sem fan­tasia”, escreve: “Eu quero te mostrar as marcas que ganhei, nas lutas contra o rei, nas discussões com Deus”. Esta frase, “nas discussões com Deus”, desde que a ouvi pela primeira vez me vi questionando Chico, que será que ele quis dizer ao escrevê-la? Muitas letras dele parecem psicografias e toda vez que leio vejo algo diferente. Vontade de discutir com Deus? Nunca tive. Questioná-lo tipo “porque eu? porque comigo?”, nunca tive. Mas o que Chico escreve é muito profundo.

Deus faz tudo perfeito. Na partida de meu filho Paulo Bueno, na forma que tento interpretar Deus, acho que ele foi perfeito, pois o tempo de meu filho estava expirando. Além de mim e de minha esposa, tinha sua esposa e dois filhos, Luiz Roberto, de 21 anos, e Kauã Bueno, de 7 anos. Tirá-lo de uma vez de seu lar iria causar tremenda comoção, daí Nosso Pai Maior foi tirando-o de casa aos poucos, com internações em hospital, até que, após três meses de muita luta, muito sofrimento, vieram os 21 dias de UTI e ele teve que partir.

Cinco dias antes, Lucas me preparou para a partida do irmão. Sempre me manda notícias. Espero pela primeira psicografia de Paulo e vamos seguindo a vida. Tenho dias tristes, dias alegres, e nas minhas caminhadas diárias penso nele, sinto um aperto enorme em meu coração, vem o choro, sinto alguém me acalentando. Muitas vezes ao fechar a porta de casa, do carro, bate uma saudade que não tem jeito senão o choro, é normal para meu velho e saudoso coração.

Meus filhos, que saudades…

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