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Um ano de incertezas e muita luta

O ano de 2018 foi repleto de mobilizações. O ano de 2019 é de muitas incertezas e de muita luta. Em 2018 conseguimos barrar a reforma da Previ­dência que Michel Temer pretendia implementar, lutamos bravamente contra a Base Nacional Comum Curricular – inclusive impedindo a audiência públi­ca em São Paulo –, enfrentamos nas urnas o projeto autoritário que infeliz­mente saiu vencedor no plano federal e estadual, acabamos com a duzentena para os professores da categoria O, arrancamos um reajuste de 7% para todas e todos e estamos na luta para que o governo pague o reajuste de 10,15% que ganhamos na justiça e está “travado” no Supremo Tribunal Federal.

Durante todo o ano, enfrentamos e continuaremos enfrentando a farsa da “escola sem partido” e, depois de muitos anos, teremos representante na Assembleia Legislativa de São Paulo. Tenha honra de ser a sexta mulher mais bem votada para deputada estadual e agradeço cada um dos 87.169 votos depositados na minha candidatura.

No estado de São Paulo, elegeu-se governador uma pessoa que prega o Estado mínimo, que durante sua curta passagem pela Prefeitura de São Paulo realizou uma verdadeira destruição dos serviços públicos e demonstrou todo o seu desprezo pelos pobres ao perseguir sem tréguas a população em situação de rua, cortar a distribuição de leite e pretender distribuir ração feita com restos de alimentos nas escolas públicas municipais, para citar alguns exemplos.
Bolsonaro, Dória e seus apoiadores sabem que, para impor seus planos de destruição do Estado brasileiro, de eliminação dos direitos individuais e coletivos, dos direitos trabalhistas e da organização da classe trabalhadora, é preciso realizar também a dominação ideológica e isso pode ocorrer por meio da educação.

O que querem não é uma “escola sem partido” (e é um consenso, um lugar comum, que nenhuma escola deve ser dominada por partidos). O que querem é uma escola dominada pelo pensamento único dirigido pelo governo, repre­sentando as ideias de um único partido. Nós, da Apeoesp, estamos na linha de frente da luta para impedir que isto aconteça.

O novo ministro da Educação não apresenta uma única ideia sensata ou plano para melhorar a qualidade do ensino. Seu projeto é ideológico e ultra­conservador. Ele quer mercantilizar e militarizar a educação básica. Teremos que lutar com muito vigor para impedir a militarização e também para não deixar avançar sem controle a educação a distância, operada por empresas e outras organizações privadas que só querem o lucro e a dominação ideológi­ca de nossos estudantes.

Estamos mobilizados para impedir a concretização da reforma da pre­vidência, que visa impedir nossa aposentadoria, transformando esse direito em produto a ser explorado por bancos nacionais e estrangeiros, por meio da aposentadoria complementar. Quem não tiver recursos para contratar um plano privado, simplesmente não se aposentará.

Conseguimos, pressionando o Governo do Estado, impedir a exclusão de pelo menos 8.500 professores da categoria O da atribuição de aulas. O STF concedeu liminar ao governo para contratar/recontratar pelo menos 8.500 cujos contratos anteriores terminaram em dezembro. Poderá contratar mais. Os estudantes não ficarão sem aulas no início do ano letivo.

A luta pelo pagamento dos 10,15%, por novos reajustes salariais, pela incorporação imediata aos salários do reajuste de 4,17% do piso salarial profissional nacional, pelos concursos públicos, pela redução do número de estudantes por classe, por melhorias na nossa carreira, pelo sistema estadual de educação, gestão democrática, financiamento, aplicação integral do Plano Estadual de Educação são itens que estão na nossa pauta e exigirão de nós muita organização e mobilização.

Em fevereiro teremos nossa primeira reunião do Conselho Estadual de Representantes, que agendará a primeira assembleia do ano. Uma greve não está descartada, se não nos for pago o reajuste de 10,15%. Fiquem atentos. Fiquem atentas. Nossa unidade na luta fará toda a diferença.

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