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Turquia e Síria – Vítimas de tremor passam de 41 mil

O terremoto que abalou o sul da Turquia e o norte da Síria, no dia 6 de fevereiro, alcançou a marca de quinto evento extre­mo mais letal do século após o número de mortos ultrapassar 41.000 nesta terça-feira (14). Foi o pior abalo sísmico desde 1939 na região.

Superou o tremor de 11 de março de 2011, que provocou um tsunami no Japão, matando cerca de 20 mil pessoas, e o de 6,6 graus de 26 de dezembro de 2003, no Irã. Em 8 de outubro de 2005, mais de 73 mil pessoas morreram vítimas de terremoto de 7,6º no Paquistão. Em 12 de maio de 2008, terremoto de 7,8 graus na China matou 87.600.

O pior evento extremo foi o terremoto de 7 graus na Escala Richter que destruiu o Haiti, em 13 de janeiro de 2010, causan­do 316.000 mortes. O segundo foi o terremoto de 9,3 graus na Escala Richter, em Sumatra, na Indonésia. Seguido de tsunami, em 26 de dezembro de 2004, no Oceano Índico, que causou cer­ca de 230 mil mortes.

Eram 41.232 mortes confir­madas e mais de 90.000 feridos nos países até esta terça-feira – 35.418 na Turquia, informa a Autoridade de Gestão de Desas­tres e Emergências (AFAD), e mais de 5.814 na Síria. Os núme­ros consideram os balanços for­necidos pelo governo nacional e por grupos de resgate que atuam no noroeste do país, controlado por jihadistas e rebeldes.

O terremoto ocorreu na ma­drugada do dia 6, no povoado de Kahramanmaras, no sudoes­te da Turquia, perto da fronteira com a Síria. Cerca de 1.500 ré­plicas foram registradas após o primeiro tremor. Milhares ainda estão desaparecidos.

Três homens foram retira­dos vivos nesta terça-feira dos escombros de prédios que de­sabaram no sul da Turquia após ficarem presos por 198 horas, ou seja, oito dias e meio, desde o terremoto que já deixou mais de 41.000 mortos no país e na Síria.

As emissoras de televisão locais exibiram ao vivo os res­gates dos irmãos Muhammed Enes e Abdulbaki Yeniar, de 17 e 20 anos, respectivamente. Os resgates ocorreram na cidade de na cidade de Kahramanmarash. Os dois irmãos foram enviados a hospitais, com diferentes graus de ferimentos.

Momentos depois, os so­corristas também conseguiram tirar dos escombros Muham­med Cafer Çetin, de 18 anos, na cidade de Adiyaman, após fazerem contato com o sobre­vivente e de ter sido constatado que ele estava bem. Milhares de edifícios desabaram em dez províncias da Turquia.

Em pouco tempo, mais de 80 mil sobreviventes foram lo­calizados entre os escombros. Diante das poucas chances de que se encontre alguém com vida sob os escombros, os tra­balhos de resgate pararam em vários locais e muitas equipes estrangeiras voltaram para os países de origem.

Enquanto isso, máquinas pesadas começaram a retirar os destroços dos edifícios que desabaram. Segundo o vice­-presidente da Turquia, Fuat Oktay, até o início da madru­gada desta terça-feira, foram montados campos com tendas de campanha em 257 pontos nas dez províncias mais afeta­das do país.

Além disso, foi completada a infraestrutura de 27 “cidades” de contêineres, com o objetivo de alocar de 150 mil a 200 mil desses equipamentos. “Temos cidades de contêineres de apro­ximadamente 4,9 mil contêine­res. Já há cerca de 20 mil pessoas alojadas”, afirma Oktay.

Fuat Oktay diz que 108 mil prédios foram danificados na área atingida pelo terremoto, 1,2 milhão de pessoas estão alojadas em moradias estudan­tis e 400 mil foram retiradas da região. O prejuízo financeiro pode passar de US$ 84 bilhões (R$ 435 bi), estima a federação de empresas Turkonfed.

Pior catástrofe natural
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o terremoto foi a “pior catástrofe natural” em 100 anos na região europeia. “Estamos testemu­nhando o pior desastre natural na região da Europa da OMS em um século e ainda esta­mos medindo sua escala”, disse Hans Kluge.

Ele é diretor da organiza­ção para a região (que abrange 53 países, incluindo Turquia e países da Ásia Central). “Seu verdadeiro custo ainda não é conhecido e levará muito tem­po e esforço para se recuperar e curar”. Ele lembrou que cerca de 26 milhões de pessoas “pre­cisam de assistência humanitá­ria” nos dois países.

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