A combinação de inflação baixa e dólar cerca de 20% mais caro em relação ao início de 2018 deve favorecer gastos no turismo doméstico durante o Carnaval deste ano. A avaliação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que prevê um impacto total de R$ 6,78 bilhões nas principais atividades econômicas do ramo em todo o país entre o sábado (01/03) e a Quarta-feira de Cinzas (06/03). O resultado, já descontada a variação de preços, representa uma alta de 2% na comparação com o ano anterior, além de indicar a reversão de perdas em relação às três festas passadas.
Diante da maior demanda, a entidade estima a contratação de 23,6 mil trabalhadores temporários entre janeiro e fevereiro, número 23,4% superior ao do último Carnaval e o maior índice desde 2015 (21,2 mil). O segmento de alimentação, com aproximadamente 18,4 mil vagas ofertadas, deve ser responsável por cerca de 78% das oportunidades. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, aponta que os dados reforçam a importância do mercado de viagens à recuperação econômica do país. “Por trás da festa, que lota os principais destinos nacionais, há um enorme impacto no setor de serviços, o que fortalece a retomada do crescimento e a geração de emprego e renda”, observa.
O estudo da CNC indica que os estados do Rio de Janeiro (R$ 2,1 bilhões) e de São Paulo (R$ 1,9 bilhão) respondem por 62% da movimentação financeira durante a folia, seguidos de Minas Gerais (R$ 615,5 milhões), Bahia (R$ 561,9 milhões), Ceará (R$ 320 milhões) e Pernambuco (R$ 217,6 milhões). Juntas, as demais Unidades da Federação devem somar cerca de R$ 1 bilhão. Na opinião do economista-chefe da Confederação, Fabio Bentes, a atual conjuntura econômica proporciona o aumento do fluxo interno de visitantes. “Neste ano, a massa de rendimentos está mais favorável e mais pessoas estão ocupadas. Isso, em um ambiente de inflação baixa e crédito mais barato, beneficia gastos não essenciais”, explica.
O levantamento estima que os segmentos de alimentação fora do lar, como bares e restaurantes, devem gerar R$ 4,1 bilhões, seguidos de transporte rodoviário, com R$ 859,3 milhões, e de meios de hospedagem, que vão faturar R$ 774,3 milhões. Reunidas, estas atividades vão responder por mais de 84% da receita gerada. Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), nos 12 meses encerrados em janeiro de 2019, os valores de 17 serviços mais demandados no Carnaval registram oscilação média de +4,3%, abaixo da média histórica do período. Itens como cerveja (-1,8%), carne de porco (-0,9%) e linguiça (-0,2%), por exemplo, estão mais baratos do que há um ano.
PRÉ-CARNAVAL – Entre os dias 24 e 29 de março, o ministro Marcelo Álvaro Antônio planeja cumprir uma agenda de pré-Carnaval nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Belo Horizonte, onde pretende se reunir com gestores do setor. O objetivo é discutir a preparação dos destinos para garantir segurança aos foliões durante o período de Momo e fazer o lançamento de campanha do MTur voltada à prevenção e ao combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no âmbito do turismo.