A herança escravocrata que parte da elite brasileira há séculos conserva a sete chaves é o principal entrave para sermos uma Nação. A Constituição de 1988, que foi considerada cidadã, pela vontade dessa elite não seria promulgada, mas o momento político corroborou para a sua promulgação, e a maioria achando que seríamos uma Nação deitou em berço esplêndido esperando para usufruir das políticas de um País evoluído. Como essa elite tem muito poder, e sabem trabalhar como os cupins nos subterrâneos, construíram uma rede de intrigas para minar a Carta Magna.
Sabem de cátedra que para manter o capitalismo excludente que praticam é fundamental que a educação básica pública não siga as leis pertinentes, pois se isso acontecer formariam-se cidadãos críticos que saberão exigir seus direitos e praticar seus deveres, coisa que não interessa a essa elite, pois o que eles querem é manter o sistema como sempre foi, não permitindo que a maioria da população – que são os mais pobres –, não saia do cabresto da submissão e do subalternalismo, e para conseguir seus objetivos trabalham junto aos governos, que são sempre seus parceiros, corroborando para manter a escala social, do mesmo jeito que herdaram, com cada macaco no seu galho.
A educação que preconizam é excludente e segregadora, pois para a patuleia, o ensino profissionalizante é o bastante, e o pensar e comandar são para os seus rebentos, e por esse motivo querem excluir da rede pública as disciplinas de filosofia e sociologia, pois pensar é um perigo.
Ajudaram a jogar no chão a educação básica na maioria dos estados e municípios brasileiros, e agora num rompante de “bondade” querem ajudar a educação pública básica a sair do vácuo que se encontra, mas o que parece ser bondade não passa na visão deles, de uma oportunidade de negocio.
Acontece que a mesma Constituição que combateram, e combatem, também determinou que estados e municípios investissem no mínimo 25% dos impostos arrecadados com a educação básica, e esses cifrões despertaram nessa gente o espirito filantrópico, que segundo o pensamento liberal tudo tem que ser privado, inclusive a educação.
O sucateamento proposital que diversos governos impingiram à educação básica criou as bases que precisavam para dar início a um plano macabro, para liquidar de vez o projeto incipiente de sermos uma Nação. A PEC que limitou os gastos públicos por vinte anos preparou o alicerce para a aprovação da terceirização em todos os setores públicos e privados, já de olho nas verbas da educação básica.
Para cumprir as leis que protegem a educação, Ribeirão Preto é um dos últimos da fila – quando cumpre para atender aos interesses privacionistas dos grupos que querem abocanhar essa verba, é o primeiro.
Acontece que esse processo foi uma construção minuciosamente planejada, e, no entanto, os educadores não perceberam – ou se perceberam não acreditaram na sua materialização. Fala-se muito em democratização escolar, mas não pode haver democracia sem transparência e participação de todos os atores. Mas transparência não é o forte deste governo, e para comprovar que não se dá bem com a democracia enviou um projeto de lei para o Legislativo que inicia a privatização da educação municipal.
Se todos os envolvidos com um projeto de uma educação pública de qualidade, para todos não abrirem mão de suas diferenças, e se engajarem no mesmo projeto de resistência, seremos atropelados e não teremos tempo para anotar a placa do caminhão.