Só se constrói uma Nação, com uma educação básica pública de alta qualidade para todos, e para que isso aconteça a figura do professor é imprescindível, pois não se faz educação de qualidade sem bons professores. Todo dia 15 de outubro comemoramos o dia do professor (a), e a cada ano que passa as comemorações ficam mais restritas. A nossa escola básica pública, já foi um modelo fabril, um quartel, um modelo presidial e por fim um hospício – precisamos mudar este paradigma e transformar o ambiente escolar num local onde a aprendizagem seja inclusiva e humana.
Ainda vivemos o dilema mal resolvido entre escolarização e educação. A visão ultrapassada, que ainda versa nos dias atuais que define escolarização como aquilo que se aprende na escola, e educação como responsabilidade exclusiva dos pais, não frutificou, pois a educação é holística e abarca o todo do ser humano. A pandemia ajudou a escancarar a triste e perversa realidade a que são submetidas as crianças pobres na maioria das escolas públicas da educação básica.
É preciso quebrar o velho paradigma, e abrir espaço para o novo. Uma sociedade evoluída, onde não cabe a desigualdade social extrema como vivemos no Brasil, só vai acontecer através da educação básica. Abrir as portas para o século 21, e permitir que a luz ilumine todos os ambientes escolares é urgente. A pedagogia acontece a partir do individuo, todos têm direito à aprendizagem, pois o aprender só acontece na troca, e é imprescindível respeitar os saberes originais das comunidades locais.
Todas as crianças nascem iguais, no entanto é o modo de vida que vai determinar o destino de cada uma. E esse dilema só será resolvido quando tivermos uma escola básica pública, que seja inclusiva, onde as oportunidades sejam para todos como manda a lei. As crianças chegam às escolas com sede de aprendizado, mas por conta do modelo confinador e repressivo que a velha escolarização os infligem vão perdendo a luz que os iluminava, e a maioria chega ao final do ensino fundamental com a sua luz comprometida.
Este modelo educacional que visa somente o mercado de trabalho produz seres humanos egoístas, individualistas, que apenas querem se dar bem na vida, e como prêmio de consolação ser um bom consumidor. A educação básica tem que despertar nos educandos os sonhos, o desejo de mudar o mundo, pois a utopia é um sonho que ainda não foi realizado, mas nada impede a sua realização.Acabar com o confinamento, com o seriamento pedagógico, com as aulas de cinquenta minutos, permitir que o educando exerça o seu direito ao autoconhecimento, ao dialogo, à argumentação, e à responsabilidade e cidadania como estão explicitados nas competências da BNCC.
Não se faz uma educação de qualidade, sem professores/ educadores. A educação é o fim, e a escola é o meio, pois tudo esbarra na educação.