Tribuna Ribeirão
Cultura

Trupe traz texto de Müller a RP

Neste sábado, 31 de março, às 19 horas, a Cia. Os Crespos estará na Esplanada do Theatro Pedro II, em frente à praça XV e Novembro, no “coração” de Ribeirão Preto, com o espetá­culo “Alguma coisa a ver com uma missão”, uma criação li­vremente inspirada no texto “Lembrança de uma revolução – A missão”, de Heiner Müller. A encenação será seguida de debate. A produção foi con­templada pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) e tem o apoio da Secretaria Municipal da Cultura.

Release do espetáculo – Duas mulheres – uma auxiliar de enfermagem e uma gari – são convocadas, através de sonho, a viajar no tempo pe­las águas da “calunga” (palavra banto que significa mar, ocea­no e grande cemitério). Elas fa­zem o trajeto guiadas por uma barqueira que lhes transmite uma missão.

Cada parada no percurso é um enigma que as persona­gens devem desvendar para cumprir seus destinos. Por intermédio desta alegoria, Os Crespos transportam o públi­co para uma viagem que re­monta as revoltas e os levantes negros responsáveis por nossa liberdade e símbolos da resis­tência de um povo.

O espetáculo se inspira na musicalidade para criar mú­sicas próprias, além de fazer arranjos para alguns vissungos originais. Os músicos acompa­nham o público e os atores em todo o trajeto.

Sobre o espetáculo – O pro­jeto de criação do espetáculo investigou as evoluções locais e revoluções políticas latino-ame­ricanas a partir dos levantes ne­gros no Brasil e no Caribe, tendo em vista a construção imaginá­ria de uma revolução poética a favor da abolição do racismo.

Através de uma viagem na qual passado e futuro se encon­tram, personagens movimen­tam-se dentro da nossa socieda­de compreendendo as lutas por liberdades diversas como tochas acesas para o estopim das trans­formações sociais antirracistas. O espetáculo acontece nas ruas do Centro e busca intervir no cotidiano da cidade, dialogando com o espaço público. A tra­vessia do Atlântico se confunde com os caminhos de pedra das ruas e praças, os contornos da paisagem viram cenário e perso­nagens na trama.

Passado e presente se en­contram, dialogam com o dia­-a-dia dos transeuntes e do comércio e, desse encontro, surgem espaços hipotéticos de possíveis sociabilidades e con­frontos, conquistas e transfor­mações. Pessoas reais, atores e não atores, vivendo por alguns minutos uma nova ordem de coisas, onde o cerceamento das liberdades e do acesso aos direitos pode ser questionado, revisto, revolucionado.

Sobre a Cia – A Cia. Os Crespos é um coletivo teatral, composto por atores negros, que realiza pesquisas cênica e audiovisual, além de promo­ver debates e intervenções pú­blicas. Formado na Escola de Arte Dramática da Escola de Comunicação e Arte da Uni­versidade de São Paulo (EAD/ECA/USP), está em atividade desde 2005, tendo realizado excursões por diversas regiões do Brasil e também Alemanha e Espanha.

A companhia também rea­lizou, ao longo desses 12 anos, duas edições da Mostra Cine­matográfica “Faz lá o Café”, a 1ª Mostra de Teatro Negro de São Paulo, os premiados curtas “D.O.R”, “Nego Tudo” e “Ser ou Não Ser” e está na edição do segundo número da revista de Teatro Negro “Legítima Defesa”.

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