Por Iander Porcella
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o uso de máscaras para conter a disseminação da covid-19 e disse que a pandemia ainda “ficará pior antes de melhorar” no país. Na primeira entrevista coletiva diária sobre o coronavírus desde o dia 24 de abril, o republicano reconheceu que houve um “avanço preocupante” da doença nas últimas semanas nos Estados do sul, como Texas e Arizona.
“Quando você não conseguir fazer distanciamento social, use uma máscara. Quer você goste ou não da máscara, ela tem um impacto, e precisamos disso”, conclamou Trump. A primeira vez que o presidente dos EUA usou uma máscara em público foi no dia 11 de julho. Nesta segunda-feira, 20, ele publicou uma foto da ocasião e escreveu que “muitas pessoas dizem que é patriótico usar uma máscara quando você não pode se distanciar socialmente”
Na coletiva desta terça, 21, Trump disse que usa máscara “quando apropriado” e afirmou que a importância do distanciamento social é “senso comum”. O líder da Casa Branca também garantiu que o governo está trabalhando em conjunto com os governadores e monitorando a capacidade dos hospitais. Ele voltou a se referir ao coronavírus como “vírus chinês”, disse que a doença é perigosa, ma que o país já aprendeu muito sobre ela.
Trump também voltou a mostrar entusiasmo com potenciais vacinas contra a covid-19. “Vacinas estarão prontas bem antes do que muitos imaginaram”, declarou. Nos últimos dias, resultados promissores em testes realizados pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, assim como nos experimentos da Pfizer com a BionTech, geraram otimismo no mercado financeiro.
A volta das coletivas diárias sobre a pandemia, anunciada nesta segunda, 20, por Trump, não contou com a presença de integrantes da força-tarefa da Casa Branca para o combate à covid-19. Em entrevista à CNN, mais cedo, o médico Anthony Fauci afirmou não ter sido convidado. Ele é o diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA e, em diversas ocasiões, discordou de Trump sobre a reabertura da economia e os riscos do coronavírus. “Me considero mais realista do que alarmista”, declarou o infectologista à CNN.