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TRT libera aulas presenciais

FL PITON

O desembargador relator Renato Henry Sant’Anna, da 1ª Seção de Dissídios Indivi­duais (SDI) do Tribunal Regio­nal do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), concedeu liminar à prefeitura de Ribeirão Preto e autorizou a volta das aulas presenciais na rede munici­pal de ensino. A decisão foi anunciada na noite desta ter­ça-feira, 17 de agosto.

Segundo o magistrado, a medida cautelar não impede que o Sindicato dos Servido­res Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópo­lis (SSM-RPGP) e a Secreta­ria da Educação continuem a discutir medidas de seguran­ça para o retorno dos 47.271 alunos às 132 escolas do mu­nicípio, mas o diálogo não deve continuar.

No pedido de liminar im­petrado pela prefeitura, ante­riormente negado pelo desem­bargador Antonio Francisco Montanagna, a Secretaria da Educação questionava a exi­gência de emitir laudos subs­critos por três médicos infecto­logistas. Esta medida cautelar foi rejeitada em março.

Em sua decisão, o desembar­gador Renato Henry Sant’Anna ressalta que, em março, a pande­mia ainda não estava controlada, mas que por não ser estática, o cenário atual é diferente. “Lem­bre-se que a liminar foi indefe­rida em março do corrente ano, quando a pandemia encontra­va-se em situação sabidamente mais grave que a atual”.

E justifica a concessão da liminar dizendo que “no cená­rio atual, a rigidez das deter­minações inseridas na decisão judicial impugnada não mais se justifica, diante do expressi­vo avanço da vacinação da po­pulação, com destaque para o percentual de trabalhadores da educação em vias de concluí­rem o esquema vacinal”.

Cita ainda o “fornecimento e assimilação de uso de equi­pamentos de higiene e prote­ção sanitária pela população, além das vistorias e melhorias realizadas nos estabelecimen­tos de ensino, acompanhados tecnicamente pela Faepa (Fun­dação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência), com plano de retomada gradual do ensino presencial”.

O Tribuna questionou a as­sessoria de imprensa da prefei­tura sobre a data para o retorno dos alunos às classes, mas a ad­ministração só vai se pronunciar nesta quarta-feira (18). A Secre­taria da Educação havia pro­posto a volta das aulas presen­ciais a partir de 30 de agosto. Inicialmente, 50% dos alunos do ensino fundamental retor­nariam às escolas nesta data.

A partir daí, o retorno se­ria gradual, dependendo do avanço da vacinação contra a covid-19. A secretaria também defende a volta da educação infantil a partir de 15 de se­tembro. A proposta foi apre­sentada na segunda-feira, 16 de agosto, em reunião entre re­presentantes da pasta e do sin­dicato, inclusive do presidente Valdir Avelino.

Também foram apresen­tados todos os documentos referentes às vistorias rea­lizadas pelos três médicos infectologistas – Fernando Belíssimo Rodrigues, Renata Teodoro Nascimento e Val­des Roberto Bolella – nas escolas, os relatórios das uni­dades que já promoveram adequações e as que ainda es­tão em fase de execução.

A secretaria também apre­sentou uma relação de todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) comprados ou que estão em processo de compra e os já distribuídos, além de calendário atualizado da vacinação dos profissionais da Educação. Ficou definido que, nesta terça-feira (17), a pasta enviará para o sindicato a formalização das propostas.

O objetivo é viabilizar o re­torno das aulas presenciais o mais rápido possível.

A audiência de conci­liação entre o Sindicato dos Servidores Municipais e a Secretaria Municipal da Educação, realizada na sex­ta-feira (13), no Fórum Trabalhista, terminou sem acordo e não havia data defi­nida para o retorno das aulas presenciais nas 132 escolas da rede de ensino da prefeitura.

A audiência teve media­ção do juiz João Baptista Cilli Filho, da 4ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto. O encontro foi solicitado pela Secretaria Municipal da Educação, que tenta antecipar para este mês o retorno das aulas presenciais, mesmo sem concluir a vaci­nação completa – primeira e segunda doses – contra a co­vid-19 dos cinco mil servido­res ligados à pasta.

Pesquisa que está sendo realizada pela Secretaria Mu­nicipal da Educação mostra que, até esta segunda-feira, 9 de agosto, 9.891 pais e respon­sáveis pelos alunos da rede de ensino de Ribeirão Preto já haviam opinado se desejam ou não o retorno das aulas presen­ciais neste momento. Deste to­tal, 7.220 são a favor dos filhos nas classes (ou 73%) e 2.671 são contrários (27%).

Dose de reforço chegou para 60% dos servidores
A Secretaria da Educação de Ribeirão Preto tem cinco mil funcioná­rios entre professores, diretores, coordenadores, monitores, supervi­sores, cozinheiros, auxiliares, motoristas e outros funcionários que atuam no ambiente escolar. A secretaria argumenta que já imunizou três mil profissionais da com duas doses da vacina contra o corona­vírus (60%) e dois mil com uma dose (40%).

A segunda dose para esses dois servidores está agendada para 15 de setembro. Além disso, os três médicos três médicos infectologistas vistoriaram 110 escolas, 83,3% das 132 unidades da rede – faltam apenas as 22 conveniadas. O governo tem agilizado as vistorias para garantir a segurança sanitária de servidores e estudantes.

No encontro de segunda-feira (16), entre o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM-RPGP) e a Secretaria da Educação, também havia sido definido que todos os laudos das 132 escolas teriam de ser entregues, pela prefeitura à Justiça do Trabalho, até 30 de agosto.

Já o sindicato teria que aceitar ou contestá-los até 10 de setembro. A Justiça do Trabalho também definiu que a prefeitura e a entida­de sindical poderiam acordar entre si a data de retorno parcial ou integral, independentemente do acordo firmado em 25 de maio deste ano. Nesta hipótese, o acordo teria de ser comunicado ao Ministério Público do Trabalho e ao juiz João Baptista Cilli Filho.

Segundo a secretaria, todas as unidades escolares já receberam os equipamentos de proteção individuais (EPIs) necessários: másca­ras para alunos, professores e funcionários, face shields, aventais, termômetros infravermelhos, fita zebrada, sabonete líquido, água sanitária, álcool líquido e álcool em gel.

Além disso, todas as escolas realizaram adequações necessárias para o retorno, tais como demarcações no solo, nos refeitórios, pátios, banheiros nas salas de aula, sanitização dos ambientes, bem como a aquisição de materiais para o cumprimento dos protocolos sanitários.

Das 132 unidades administradas pela prefeitura. 31 são Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs), 36 são Centros de Edu­cação Infantil (CEIs), 43 são Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e 22 são escolas conveniadas.

O ano letivo teve início no dia 2 de agosto, mas de forma remota, pela internet. São cerca de doze mil educadores na cidade, contando funcionários da rede pública municipal e estadual e da particular, e 9.951 já estão imunizados com ao menos uma dose (82,9%).

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