Tropas israelenses entraram por terra no começo da madrugada desta sexta-feira, 14 de maio, na Faixa de Gaza – noite de quinta-feira 13 no horário de Brasília. É a primeira vez no atual conflito com o Hamas que o Exército de Israel entra no território palestino. Não está claro se a ação é uma incursão limitada a alvos específicos ou uma operação de larga escala.
Em 2014, as forças israelenses conduziram uma ampla invasão em Gaza, mas operações militares pontuais não são incomuns. “A aviação israelense e tropas em terra realizam atualmente um ataque na Faixa de Gaza”, declarou o exército em uma curta nota. O porta-voz do exército, Jonathan Conricus, confirmou que soldados israelenses entraram no enclave palestino.
Uma hipótese para a ofensiva é um ataque a bases de lançamento de foguetes contra o território israelense, que ficam perto da fronteira. A tensão entre Israel e o território palestino começou na segunda-feira, depois de dias de tensão entre religiosos judaicos e muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém – local sagrado para as três maiores religiões monoteístas do mundo.
O Hamas lançou foguetes contra Israel, que retaliou com ataques aéreos. Até agora, 87 palestinos e sete israelenses morreram. Em paralelo, ao menos seis cidades de Israel registraram episódios de violência entre árabes e israelenses, que incluem linchamentos, ataques com armas brancas, saques e depredação.
Na tarde de quinta-feira, o governo de Israel mobilizou guardas que policiam a fronteira com a Cisjordânia para conter a crescente violência entre comunidades árabes e israelenses no interior do país. A situação acentua a tensão provocada pela violência em Gaza e na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém.
Pressionado politicamente, o premiê Binyamin Netanyahu disse que a violência nas ruas é um risco maior para o país que o confronto com o Hamas. Mais de 400 pessoas foram presas nos últimos dias nos distúrbios entre árabes e israelenses no país. Episódios violentos foram registrados em ao menos seis cidades.
Carros, saques e destruição de propriedade nesses locais já preocupam as autoridades israelenses. Confrontos entre israelenses e árabes estão cada vez mais violentos e incluem espancamentos, tiroteios e ataques a faca, bem como linchamentos de lado a lado. O ministro da Defesa, Benny Gantz, enviou tropas que protegem a fronteira com a Cisjordânia para conter os protestos. “Estamos numa situação de emergência”, disse o ministro.
Netanyahu visitou a cidade de Lod, onde 40% da população é palestina e foi foco dos primeiros conflitos com isralenses. “Não temos maior ameaça ao país que esses confrontos e não temos escolha a não ser restaurar a lei e a ordem nesses locais”, disse. Lod está isolada, com um toque de recolher a partir do pôr do sol. Confrontos preocupam em outras cidades como Haifa, Bersheeva e Tiberias.