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Tripulação do Titan pode ter percebido implosão

DAVID HISCOCK/REUTERS

As cinco pessoas que esta­vam a bordo do submersível Titan, que implodiu há algumas semanas durante uma expedi­ção rumo aos destroços do na­vio Titanic, no Atlântico Norte, podem ter percebido que uma tragédia ia acontecer alguns se­gundos antes da implosão de fato ocorrer. A hipótese foi le­vantada, a partir de um cálculo, pelo engenheiro José Luis Mar­tín, especialista em submarinos, para o portal espanhol NIUS.

Cálculos matemáticos do es­pecialista, levando em conside­ração o peso do submersível, o empuxo, a massa, a aceleração, a velocidade de queda de um cor­po livre e o coeficiente de atrito, determinaram que o Titan pode ter caído em queda livre entre 48 e 71 segundos antes da implo­são. Neste momento, os passa­geiros “estavam cientes” do que estava acontecendo e, durante a queda, caíram e “se amontoaram uns sobre os outros”, segundo Martín, ao NIUS.

“Nesse período de tempo eles estão percebendo tudo. E também, em completa escu­ridão. É difícil ter uma ideia do que eles viveram naqueles momentos. Após esses 48 se­gundos, ou um minuto, ocorre a implosão e a morte instan­tânea repentina”, afirmou o engenheiro espanhol ao por­tal. Destroços do submersível foram encontrados a cerca de 500 metros da proa do Titanic, navio que naufragou em 1912.

A hipótese do especialista é de que o submersível desceu sem incidentes e em plano ho­rizontal até uma profundidade de cerca de 1,7 mil metros. É a partir deste momento que ocor­re uma falha elétrica e que o veículo perde o contato com a superfície. O submersível desce então, por cerca de 900 metros, em posição vertical, como uma “pedra sem nenhum controle”, exemplifica o engenheiro. Ele ainda diz que os passageiros caí­ram e “se amontoaram”.

Há alguns dias, a Ocean­Gate Expeditions, empresa res­ponsável pelo submersível Ti­tan, anunciou que “suspendeu todas as operações de explora­ção e comerciais”. A empresa, com sede em Everett, no Esta­do de Washington (EUA), fez o anúncio no topo de seu site, sem dar mais detalhes sobre o encerramento das atividades.

Pequenos submersíveis cos­tumam levar turistas para ver de perto os destroços do Tita­nic, que está a cerca de 3,8 mil metros abaixo da superfície do oceano. Esse tipo de embarca­ção pode acomodar até cinco pessoas, segundo a OceanGate.

A bordo do submersível que implodiu estavam Sto­ckton Rush, de 61 anos, fun­dador e CEO da OceanGate Expeditions, que pilotava a embarcação; Hamish Harding, 58, empresário e explorador britânico; Paul-Henri Narge­olet, 77, especialista marítimo francês; Shahzada Dawood, 48, empresário paquistanês britânico; e o filho de Dawood, Suleman, 19.

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