Por Pedro Antunes
Por um ano, quase todo o fim de semana, Marcelle Equivocada, Fabiano Boldo e Samuel Fraga se encontravam em um sítio em Piracaia, cidade próxima a Bragança Paulista, no interior de São Paulo. “E ali, nós três ficávamos pirando nessas músicas por três dias”, lembra o baterista Fraga. Com Boldo e Marcelle, eles criavam o Olympyk, um projeto que une a musicalidade dos três, experimenta timbres e texturas e, por fim, cria uma identidade bastante própria.
Juntos, lançaram o disco de estreia no ano passado que, nesta sexta-feira, 13, ganha uma versão física, em CD. A chegada do álbum será celebrada com apresentação no Son Estrella Galicia (Rua Belmiro Braga, 119, Vila Madalena), com participação da Tulipa Ruiz.
“O interessante é que gravamos as demos das músicas e passamos a mostrar para os amigos. Eles curtiram tanto que disseram para a gente lançar assim, mesmo. Então, o que é o disco do Olympyk, para a gente, eram só as demos.”
O fato é que Olympyk, o disco, passeia por mares revoltos e interessantes. Musicalmente, os três parecem se encontrar numa festinha dos anos 1980, ao som do pós-punk ecoado e timbres eletrônicos retrô, com luzes néon e fumaça de gelo seco. O que difere a ambiência sonora do Olympyk é a quentura que vem junto com as canções. As narrativas escritas e cantadas por Marcelle dão o calor e ajudam a conectar o som com o mundo de hoje – ou 30 anos no futuro. “Para mim”, diz Marcelle, “o que liga essas músicas são essas narrativas. Cada uma dessas músicas pode funcionar como uma crônica”.
E, com isso, a festa promovida pelo disco de estreia do Olympyk não esfria nem soa démodé, pelo contrário. “Encontramos a nossa estética por acidente”, volta a explicar Fraga. “Eu já tinha essa vontade de usar essas batidas de hip-hop clássico, esses timbres. De repente, tudo se encaixou. Cada um de nós tem a sua bagagem musical. Todo mundo deu o seu tempero para essa história ”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.