Tribuna Ribeirão
Cultura

Trio faz tributo a Piazzolla no Minaz


Três virtuoses, Gilda Mon­tans e Meire Genaro, com mais de 30 anos em duo de acordeons, e a pianista concertista Glória Machado, doutora especializa­da em música latino-americana se unem para interpretar Astor Piazzolla (1921-1992). O espe­táculo “Piazzo Tango” será nesta sexta-feira, 2 de agosto, às 20h30, no Teatro Minaz, na rua Carlos Chagas nº 273, Jardim Paulista, na Zona Leste de Ribeirão Preto.

As três solistas interagem suas experiências a procura de sonoridades inusitadas não só pela formação não usual de dois acordeons e o piano, como pela própria estrutura musical da obra de Piazzolla e os arran­jos elaborados por Gilda Mon­tans, que resultaram em efeitos tímbricos e dinâmicos surpre­endentes, casamento perfeito, aplaudido com entusiasmo pelo público em sua estreia.

O repertório escolhido é representativo da obra do com­positor. O recital apresenta uma imagem geral dos tangos de Pia­zzolla, com as quatro estações portenhas: primavera, verão, ou­tono e inverno, além da famosa série “Novitango e Libertango”, como também “Adiós Nonino”, uma das mais conhecidas, o adeus em homenagem ao seu pai, Vicente “Nonino” Piazzolla.

Exceção na programação é a música de abertura “Tango pour Claude”, de Richard Galiano, um dos maiores acordeonistas contemporâneos que recebeu influência determinante de As­tor Piazzolla e com quem teve o privilégio de tocar. Segundo a acordeonista Gilda Montans, Astor Piazzolla foi considerado referência musical do século XX. “Sem dúvida, a música de Piazzolla foi uma das maiores expressões artísticas e conquis­tou milhares de apreciadores”.

Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada) para am­bos os setores (A e B). Estão à venda no site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br) e no Teatro Minaz. Informações pelo telefone (16) 3941-2722 ou no site www.minaz.com.br. O espetáculo é livre para o público de todas as idades, mas há restri­ções por causa do horário, por isso é bom consultar a casa.

A música de Ástor Piazzolla é, sem dúvida, uma das maio­res expressões artísticas que a Argentina deu ao mundo. In­corporando ao tango tradicio­nal recursos da música clássica e do jazz, Piazzolla conseguiu um resultado formidável e ex­tremamente inovador, sofisti­cando esse ritmo portenho e revolucionando para sempre seus conceitos.

Ástor Pantaleón Piazzolla nasceu em 11 de março de 1921 na cidade argentina de Mar del Plata, filho único de um ca­sal de imigrantes italianos. Ele deixou como legado a enorme influência de seu inconfundí­vel estilo, além de uma extensa obra que abrange centenas de composições registradas em cerca de 50 LPs. Entre seus dis­cos fundamentais, destacam-se “Astor Piazzolla y su Orquesta Típica” (1946-1948), “Octe­to Buenos Aires” (1955), “El Tango” (1965, com poemas de Jorge Luis Borges), “María de Buenos Aires” (1968), “Liber­tango” (1974) e “The Central Park Concert” (1987).

A obra-prima de Astor, segundo sua própria opinião, foi “Adiós Nonino”, um emo­tivo réquiem escrito em 1959 em memória à morte de seu pai, a quem chamava carinho­samente de “Nonino” (vô em italiano). Entre suas compo­sições mais célebres também se encontram “Libertango”, “Fuga y mistério”, “Decarísi­mo”, “Milonga del Angel”, “La muerte del Angel”, “Bala­da para un loco”, “Oblivion”, “Buenos Aires hora cero”, além de peças representando as quatro estações portenhas. Piazzolla compôs 44 trilhas sonoras entre 1949 e 1987, tanto para filmes da Europa como da América Latina.

Entre eles, destacam-se “Toda nudez será castigada”, de Arnaldo Jabor (Brasil, 1973), “Il pleut sur Santiago”, de Helvio Soto (França/Bulgária, 1975), “Lumière”, de Jeanne Moreau (França, 1976), “Armaguedon”, de Alain Jessua (França, 1977), “Enrico IV”, de Marco Belloc­chio (Itália, 1984) e “Tangos – El exilio de Gardel”, de Fernan­do “Pino” Solanas (Argentina/ França, 1985). A música de Pia­zzolla também foi incluída de modo póstumo em uma produ­ção de Hollywood, o filme “12 Monkeys” (“Os doze macacos”), de Terry Gilliam (EUA, 1995).

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