Tribuna Ribeirão
Cultura

Trio faz tributo a Astor Piazzolla

Três virtuoses, Gilda Mon­tans e Meire Genaro, com mais de 30 anos em duo de acordeons, e a pianista concertista Glória Machado, doutora especializa­da em música latino-americana se unem para interpretar Astor Piazzolla (1921-1992). O espe­táculo “Piazzo Tango” será nesta sexta-feira, 2 de agosto, às 20h30, no Teatro Minaz, na rua Carlos Chagas nº 273, Jardim Paulista, na Zona Leste de Ribeirão Preto.

As três solistas interagem suas experiências a procura de sonoridades inusitadas não só pela formação não usual de dois acordeons e o piano, como pela própria estrutura musical da obra de Piazzolla e os arran­jos elaborados por Gilda Mon­tans, que resultaram em efeitos tímbricos e dinâmicos surpre­endentes, casamento perfeito, aplaudido com entusiasmo pelo público em sua estreia.

Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada) para am­bos os setores (A e B). Estão à venda no site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br) e no Teatro Minaz. Informações pelo telefone (16) 3941-2722 ou no site www.minaz.com.br. O espetáculo é livre para o público de todas as idades, mas há restri­ções por causa do horário, por isso é bom consultar a casa.

A música de Ástor Piaz­zolla é, sem dúvida, uma das maiores expressões artísticas que a Argentina deu ao mun­do. Incorporando ao tango tradicional recursos da músi­ca clássica e do jazz, Piazzolla conseguiu um resultado for­midável e extremamente ino­vador, sofisticando esse ritmo portenho e revolucionando para sempre seus conceitos.

Ástor Pantaleón Piazzolla nasceu em 11 de março de 1921 na cidade argentina de Mar del Plata, tendo sido filho único de um casal de imigran­tes italianos. Ele deixou como legado a enorme influência de seu inconfundível estilo, além de uma extensa obra que abrange centenas de compo­sições registradas em cerca de 50 LPs. Entre seus discos fundamentais, destacam-se “Astor Piazzolla y su Orquesta Típica” (1946-1948), “Octe­to Buenos Aires” (1955), “El Tango” (1965, com poemas de Jorge Luis Borges), “María de Buenos Aires” (1968), “Liber­tango” (1974) e “The Central Park Concert” (1987).

A obra-prima de Ástor, se­gundo sua própria opinião, foi Adiós Nonino, um emotivo réquiem escrito em 1959 em memória à morte de seu pai, a quem chamava carinhosamen­te de Nonino (vô em italiano). Entre suas composições mais célebres também se encontram “Libertango”, “Fuga y mistério”, “Decarísimo”, “Milonga del Angel”, “La muerte del Angel”, “Balada para un loco”, “Obli­vion”, “Buenos Aires hora cero”, além de peças representando as quatro estações portenhas. Piazzolla compôs 44 trilhas so­noras entre 1949 e 1987, tanto para filmes da Europa como da América Latina.

Entre eles, destacam-se “Toda nudez será castigada”, de Arnaldo Jabor (Brasil, 1973), “Il pleut sur Santiago”, de Helvio Soto (França/Bulgária, 1975), “Lumière”, de Jeanne Moreau (França, 1976), “Armaguedon”, de Alain Jessua (França, 1977), “Enrico IV”, de Marco Belloc­chio (Itália, 1984) e “Tangos – El exilio de Gardel”, de Fernan­do “Pino” Solanas (Argentina/ França, 1985). A música de Pia­zzolla também foi incluída de modo póstumo em uma produ­ção de Hollywood, o filme “12 Monkeys” (“Os doze macacos”), de Terry Gilliam (EUA, 1995).

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