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#TribunaRibeirao25Anos – A cana em Ribeirão e região

ALFREDO RISK

A cana-de-açúcar está di­retamente ligada ao processo de desenvolvimento do Brasil. E na história desse processo, Ribeirão Preto tem um capí­tulo especial. Nesta semana a cana encerra a série especial #TribunaRibeirão25Anos.

Após 1960 a região se tornou um “mar de cana” transformando-se na maior produtora mundial de cana-de-açúcar

Desde que o Brasil foi descoberto em 1.500, a ca­na-de-açúcar é explorada no país. Segundo pesquisadores, em 1532 há referências do cultivo de cana e produção de açúcar no nordeste brasileiro, em especial em Pernambuco. De lá para cá não parou.

A produção da monocul­tura da agroindústria açuca­reira no Nordeste pagava to­dos os custos e cobria todas as necessidades da Capitania. Na época da abolição da es­cravatura (1888), os enge­nhos já tinham incorporado praticamente todas as inova­ções importantes da indús­tria do açúcar existentes na época em qualquer parte do mundo, e com a abolição, passou a dispor de recursos financeiros que antes eram destinados à compra e manu­tenção de escravos.

Outro ponto importante nesse desenvolvimento do setor sucro-alcooleiro foi o Pró Álcool – Programa Nacional do Álcool
(que durou de 1975 a 1989) que incentivou o uso do álcool anidro como aditivo à gasolina

A partir daí surge uma nova etapa na indústria açu­careira brasileira, com o apa­recimento dos chamados “En­genhos Centrais”, precursores das atuais Usinas de Açúcar.

Na região de Ribeirão Preto a cana-de-açúcar as­sume o seu protagonismo a partir do declínio do café, na década de 1920. Desde então, a cana retoma o seu posto de líder na agricultura nacional.

Na região de Ribeirão Pre­to, os imigrantes adquiriram as terras do café e por volta da década de 1940, essa já era a principal cultura em mui­tas cidades da macro região. Após 1960 a região se tornou um “mar de cana” transfor­mando-se na maior produtora mundial de cana-de-açúcar.

As primeiras máquinas do Engenho Central foram fabricadas no Reino Unido e na França, entre as décadas de 1870 e 1880

O país, e consequente­mente Ribeirão Preto e região foram beneficiados por mu­danças nos relacionamentos comerciais entre vários países.

Outro ponto importante nesse desenvolvimento do se­tor sucro-alcooleiro foi o Pró Álcool – Programa Nacio­nal do Álcool (que durou de 1975 a 1989) que incentivou o uso do álcool anidro como aditivo à gasolina. Surgiram destilarias e usinas para o be­neficiamento da cana, e o se­tor se capitalizou. Estima-se que há, atualmente, 58 usinas produtoras de açúcar e álcool na região, que vendem para o mercado interno e externo.

Os primeiros engenhos
Era considerado engenho uma lavoura com fábrica para tratar as colheitas, além do conjunto de máquinas para preparar os produtos da cana: açúcar e álcool.

O Engenho Central, em Pontal, também chamado de Usina Schmidt, é um dos primeiros da região. Sua história se iniciam com a compra em 1902 pelo fazendeiro Francisco Schmidt – imigrante ale­mão conhecido como o Rei do Café e então dono da vizinha fazenda Vassoural – do sítio Pocinhos, que pertencia a Alexandre Balbo.

aurílio Biagi faleceu em 1978. A família fez questão de preservar tanto as edificações quanto o maquinário original do Engenho Central com intuito de criar um museu, o Museu da Cana (www.museudacana.org.br)

Francisco Schmidt foi um dos maiores fazendeiros de café da época, nascido em 1850 na Alemanha, chegou ao Brasil ainda crian­ça e viveu até 1924. Ele decidira entrar no mercado de açúcar em uma sociedade com a empresa alemã Theodor Wille, de Hamburgo

Focando as exportações de açúcar, já em 1906, Schmidt obteve benefícios de isenção fiscal – concedidos por uma lei aprovada pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto – para quem investisse em ou­tras culturas. Foi quando ele montou o Engenho Central dando início às atividades industriais.

As primeiras máquinas do Engenho Central foram fabricadas no Reino Unido e na França, entre as décadas de 1870 e 1880, tendo sido adquiridas por Schmidt junto a outro grande fazendeiro da época, Henrique Dumont Villares, que, desde 1898, era dono de um engenho em Santa Rosa do Viterbo (SP), o primeiro da região.

Já com a produção de açúcar a todo vapor, o Engenho Central gerou grande impacto no comércio da região. O açúcar produzido por Schmidt tinha o nome de “Crystal”. Naquela época, a Cia. Mogiana de Estradas de Ferro chegou a estender seus trilhos até o pátio do Engenho.

Em 1924, o Coronel Francisco Schmidt faleceu e, em 1961, seus herdeiros venderam a Fazenda Vassoural para Maurílio Biagi que, em 1964, adquiriu também o Engenho Central e sua cota de produção.

Em 1966, Biagi constituiu a Companhia Agro Industrial Engenho Central (Caiec) que, funcionando como apoio à Usina Santa Elisa, seguiu produzindo açúcar e álcool até meados de 1973, quando encerrou suas atividades.

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