Tribuna Ribeirão
Política

Tribunal aprova contas de 2019

GUILHERME SIRCILI

O Tribunal de Contas do Estado do Estado de São Pau­lo (TCESP) emitiu parecer fa­vorável às contas do prefeito Duarte Nogueira (PSDB), re­ferentes ao ano de 2019. A de­cisão foi expedida na semana passada. Apesar disso, o TCE alerta para a dívida da prefei­tura com o Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp).

Segundo o parecer, o valor da dívida em 2019 chegou a R$ 17,8 milhões e a prefeitura de Ribeirão Preto não explicou, na prestação de contas, como pretende saná-la. No docu­mento, o TCE argumenta que a administração municipal acumula dívida de R$ 209,3 milhões com a autarquia nos últimos anos, segundo dados apresentados pelo Daerp.

O valor atual é de R$ 40,9 milhões, segundo o governo municipal. Com a extinção do Daerp e a sua transforma­ção em secretaria municipal a partir de 1º de janeiro de 2022 – será extinto em 31 de dezembro –, as dívidas en­tre a prefeitura e a autarquia deixarão de existir, conforme a lei complementar núme­ro 3.091/2021 aprovada pela Câmara de Vereadores e san­cionada pelo prefeito Duarte Nogueira.

O TCE emitiu parecer fa­vorável para as contas de 2019 por considerar que os limites legais e constitucionais do mu­nicípio são satisfatórios e que as falhas registradas não são suficientes para um parecer contrário. Entre os itens positi­vos listados está a aplicação de recursos na área da educação.

Segundo o relatório, o in­vestimento superou os 25% da receita do município. Cita ainda a aplicação de 98,4% do Fundo Nacional para o Desen­volvimento da Educação (Fun­deb). Agora o relatório será en­viado pelo TCE para análise da Câmara de Vereadores.

Em 18 de março, a Câmara aprovou o decreto legislativo elaborado a partir de parecer e relatório favoráveis às contas da administração Duarte No­gueira do exercício de 2018. O calhamaço com a contabili­dade do segundo ano de man­dato da gestão tucana à frente da prefeitura de Ribeirão Preto estava na Casa de Leis desde novembro do ano passado.

Dos 22 parlamentares, ape­nas Ramon Faustino (Psol, Co­letivo Ramon Todas as Vozes) e Sérgio Zerbinato (PSB) se abs­tiveram. Os demais 20 verea­dores votaram pela aprovação do parecer favorável elabora­do pela Comissão Permanen­te de Finanças, Orçamento, Fiscalização, Controle e Tri­butária do Legislativo.

Em 1º de julho do ano pas­sado, o Tribunal de Contas do Estado também emitiu parecer favorável às contas do prefeito Duarte Nogueira referentes ao exercício de 2018. Entretanto, o relator do processo, o con­selheiro Sidney Beraldo, fez ressalvas que já foram contor­nadas pela prefeitura.

Disse que houve deficiên­cias no planejamento, déficit orçamentário e falta de respal­do do superávit financeiro no ano anterior (2017). Também citou a ausência de limitação de gastos e de movimentação financeira, e falta de recursos para o pagamento integral de dívidas de curto prazo.

Beraldo considerou que o município apresentou melhora no resultado econômico, como diminuição da dívida consoli­dada (antes de doze meses) em 28%, cumpriu os acordos de parcelamento de débitos previ­denciário e quitou os encargos sociais do período.

Apesar da Assessoria Téc­nico-Jurídica do tribunal se manifestar pelo parecer fa­vorável, o Ministério Públi­co de Contas de São Paulo (MPC) pediu que as contas tivessem encaminhamento contrário. Na prestação de contas, a prefeitura de Ri­beirão Preto afirmou que o déficit estava relacionado aos aportes que o governou pre­cisou fazer para o Instituto de Previdência dos Municipiá­rios (IPM) de aproximada­mente R$ 200 milhões.

A Câmara de Vereadores já havia aprovado, no dia 14 de julho do ano passado, por unanimidade, as contas de 2017. Mesmo com ressalvas, foi a primeira decisão favo­rável depois de seis anos. Em 27 de agosto, o Legislativo re­jeitou as contas da ex-prefeita Dárcy Vera referentes a 2016, último ano de seu segundo mandato à frente do Palácio Rio Branco.

Tanto o TCE quanto a Câmara de Vereadores rejei­taram seis das oito prestações de contas dos dois mandatos da ex-prefeita Dárcy Vera – governou a cidade entre 2009 e 2016. Foram reprovados os balancetes de 2010, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016. Apenas os balanços de 2009 e 2011 foram aprovados.

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