Tribuna Ribeirão
Economia

‘Tratoraço’ tenta revogar lei do ICMS

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Nesta quinta-feira, 7 de ja­neiro, um “tratoraço” realizado em ao menos 31 cidades das re­giões de Ribeirão Preto, Franca e Barretos marcou o protesto contra o aumento do Imposto sobre Circulação de Merca­dorias e Serviços (ICMS) na agropecuária. A manifestação foi organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Sindicatos rurais e cooperati­vas de mais de 100 municípios paulistas participaram.

No último mês, diversas en­tidades se manifestaram contra o aumento do imposto, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Associação Paulista de Super­mercados (Apas), a Confede­ração Nacional de Saúde (CN­Saúde), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira das In­dústrias Exportadoras de Car­ne (Abiec) e a Federação de Agricultura e Pecuária do Esta­do (Faesp).

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que re­presenta os diferentes elos das cadeias agroindustriais do país, antes e depois da porteira, divul­gou manifesto no qual “repudia com veemência a lei nº 17.293”. Em 30 de dezembro passado, a Associação Brasileira de Prote­ína Animal (ABPA) e a Asso­ciação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) também expressaram descon­tentamento.

Citaram alguns produtos que teriam alta de preço em decorrência da aprovação da lei 17.293 e da edição dos decretos números 65.253 a 65.255. Estão na lista o leite longa vida (8,4%), carnes (8,9%), medicamentos para aids e câncer na rede pri­vada (14%), cadeira de rodas, próteses e equipamentos para pessoas com deficiência (5%), têxteis, couros e calçados (7,3%), energia elétrica para estabeleci­mento rural (13,6%).

Em Ribeirão Preto, a con­centração foi na marginal da Rodovia Abrão Assed. (SP-333). Em Barretos, cerca de 15 tratores e caminhões participam do ato. Em Pitangueiras, o protesto teve início da Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322). Os ma­nifestantes estavam em tratores. Em Guaíra, produtores rurais e sitiantes percorreram ruas da ci­dade com tratores e caminhões.

Houve manifestação tam­bém em Jaboticabal. Os agri­cultores passaram por ruas e avenida da cidade com tratores, carros e caminhão. Em Sertão­zinho, o grupo se concentrou na Rodovia Carlos Tonani (SP- 333), na entrada da cidade. Fo­ram registrados protestos em Bebedouro, Sales Oliveira, Ta­quaritinga, Morro Agudo, Mon­te Alto e Ituverava.

A Apas diz, por meio de nota, que não aceita a suspen­são do ICMS para alimentos, insumos agrícolas e medica­mentos anunciada pelo gover­no de São Paulo por se tratar de uma medida apenas parcial e momentânea. Argumenta que a medida não atingirá toda a cadeia que sofreu aumento das alíquotas de imposto.

“Com a medida anunciada pelo governador, o ICMS ain­da incidirá na composição dos preços de itens comuns à mesa dos brasileiros, como frutas, le­gumes, verduras entre outros, o que, para a Apas, é prejudicial ao consumidor final, pois aumen­tará o preço dos alimentos”, afir­ma a instituição.

A entidade pede a revo­gação integral dos decretos 65.252/2020, 65.253/2020, 65.254/2020 e 65.255/2020 publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) de 16 de ou­tubro de 2020, pelo governa­dor João Doria (PSDB).

A lei nº 17.293 aumentou a alíquota do ICMS de vários elos da cadeia produtiva e de distribuição de alimentos e medicamentos. Diante da pres­são, João Doria determinou, na quarta-feira (6), a suspensão das mudanças para alimentos e medicamentos genéricos. Em 15 de janeiro, produtos como carne, leite, hortifrutis, pães e congelados teriam até 4,32% de impostos na composição dos seus preços nas gôndo­las dos supermercados. Este seria o reflexo da lei número 17.293/2020.

Segundo a associação, os produtos hortifrutigranjeiros (in natura), atualmente isentos de ICMS, seriam reajustados em 4,32% para o consumidor. A inflação neste segmento, até novembro de 2020, foi de 18,79%. Ou seja, se uma famí­lia gastava R$ 100 em janeiro de 2020 com produtos horti­fruti-granjeiros, considerando a inflação de 18,79% acumula­da no segmento até novembro, o custo dos mesmos produtos passou para R$ 118,79.

Desconsiderando as infla­ções de dezembro e janeiro, com a adição do novo ICMS (4,32%) nos hortifrútis esta fa­mília passará a gastar R$ 123,11 para consumir os mesmos pro­dutos. A lei foi aprovada em 15 de outubro na Assembleia Le­gislativa de São Paulo (Alesp) diz que todas as alíquotas de ICMS aquém de 18% confi­guram benefício tributário. No caso dos medicamentos genéricos, subiria de 12% para 13,3%. Além disso, houve a eliminação do subsídio a remé­dios oncológicos. Em nota, o governo de São Paulo justificou o recuo citando a pandemia de coronavírus.

Afirma que a mudança nas alíquotas do imposto em 2021 e 2022 foi proposta em agosto do ano passado, quando as in­ternações e mortes por causa da covid-19 estavam em queda, em comparação ao período de pico. “Contudo, atualmente os indi­cadores apontam para novo au­mento e uma segunda onda da doença”, diz o texto. “A redução de benefícios do ICMS poderia causar aumento no preço de di­versos alimentos e medicamen­tos genéricos, principalmente para a população de baixa ren­da”, afirma Doria.

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