“Os poços não têm mais segurança. Qualquer um furta os cabos ou desliga as bombas dosadoras. Vários poços ficaram pelo menos cinco meses, outros ficaram semanas sem a adição de flúor ou cloro. Com isso, não há tratamento de água”.
A afirmação está em uma mensagem de áudio gravada por um servidor da Secretaria Municipal de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp). Ele não quis se identificar afirmando ter medo de represálias. Originalmente, a denúncia foi feita ao vereador Lincoln Fernandes (PDT), mas o Tribuna também teve acesso ao conteúdo.
De acordo com o funcionário público lotado na Saerp, os poços de abastecimento em que as bombas dosadoras ficaram desligadas, por causa de furtos, são o Turmalina, Quintino Facci I, Monte Alegre, Pompolo e Cianê. Outra denúncia feita pelo servidor envolve a qualidade da água.
Ele diz que o trabalho de monitoramento diário para checar a qualidade da água deixou de ser efetuado. Agora, segundo o servidor, os padrões de potabilidade (qualidade, característica ou condição do que é potável) são analisados três vezes por semana, colocando em risco as mais de 209 mil ligações existentes na cidade.
Por causa das denúncias, o vereador Lincoln Fernandes encaminhou um ofício ao secretário da pasta, Antônio Carlos de Oliveira Junior, cobrando explicações sobre o problema apontado. O parlamentar também questiona os recursos da Saerp com os furtos recorrentes nos postos de distribuição.
Em quatro anos, segundo o vereador, foram quase R$ 10 milhões empregados na reposição de fios, cabos, bombas e afins. Após questionar a Saerp, o parlamentar estuda encaminhar o caso ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). O Tribuna questionou a secretaria sobre as denúncias, mas foi informado, por e-mail, que as respostas serão encaminhadas ao jornal nesta terça-feira (25).