Por transtornos emocionais ou mentais entende-se que há um desequilíbrio ou uma desordem entre os padrões tidos como normais, ou seja, um conjunto de atitudes que ocorrem nas pessoas e não causam qualquer alteração em seu bem-estar físico ou mental. São diversos os transtornos mentais, sendo os mais comuns a ansiedade, a depressão, a chamada Síndrome do pânico, bem como o estresse e suas consequências.
Algumas vezes a fronteira entre um ou outro transtorno é tênue, podendo por isso mesmo trazer até uma certa confusão. Mas do ponto de vista médico cada um deles é perfeitamente caracterizado, podendo por isso mesmo ter um tratamento específico. A ansiedade é tida como o mal do século em virtude do seu nível de ocorrência no mundo. Por se tratar de uma desordem mental, ela é influenciada por múltiplos fatores, todos contribuindo para acometer mais ou menos pessoas e ainda por suas características mais ou menos graves.
Com relação ao número de pessoas acometidas por ansiedade, boletim divulgado pela Organização Mundial da Saúde coloca o Brasil como o primeiro lugar no mundo em número de pessoas diagnosticadas com ansiedade. Antes da pandemia os cálculos apontavam 19 milhões de brasileiros portadores de ansiedade, o que é um número surpreendente.
Com a chegada da pandemia, estima-se que o número de portadores de ansiedade tenha aumentado em 25%. A doença acomete mais as mulheres do que os homens, chegando a quase o dobro. Com relação à idade, a ansiedade atinge uma faixa mais jovem em torno dos 20 a 24 anos, seguidos dos idosos. A ansiedade é um sentimento ligado à preocupação, nervosismo, e medo intenso. Ela pode se transformar num distúrbio quando passa a atrapalhar o dia a dia das pessoas. Ela se caracteriza também por uma preocupação intensa, excessiva e persistente levando ao medo de situações cotidianas.
Isso leva a repercussões no organismo, causando batedeira no coração, com frequência cardíaca elevada, às vezes mais de 100 batimentos cardíacos por minuto, respiração rápida, suor frio nas mãos, no corpo e sensação de cansaço. A pessoa sente uma angústia injustificável e isso é uma constante na vida do paciente com ansiedade.
Uma causa frequente de ansiedade é o estresse. Com o advento da pandemia, o aumento de todos os transtornos emocionais assumiu proporções alarmantes. Há estudos mostrando que houve um aumento de 25% no número de pacientes com ansiedade.
E as causas apontadas são entre outras o estresse, o isolamento social, a solidão, o medo de ser atingido pela covid-19, o sofrimento e morte pela perda de entes queridos. Além disso houve causas sociais, como o desemprego, a crise financeira e a falta de dinheiro.
Esse conjunto de fatores fez saltar para números elevados de ansiosos no mundo em geral e no Brasil em particular. Em nosso meio graças à crônica falta de investimentos na saúde, só contribui para agravar a situação dos brasileiros portadores de transtornos emocionais, em particular os ansiosos e depressivos.
Portadores de doenças crônicas quando acometidos pela ansiedade em geral, tiveram seus quadros agravados pela covid-19. Por outro lado, os acometidos pela ansiedade contribuem para aumentar o número de dependentes químicos, como os alcoólicos e de usuários ocasionais de drogas psicoativas e ainda os tabagistas. Dentre as categorias profissionais, trabalhadores da saúde aparecem em primeiro lugar com diagnóstico de ansiedade.
Afinal como se prevenir contra essa doença tão frequente? Antes de mais nada, quando a pessoa passa a manifestar sinais ou sintomas sugestivos de ansiedade a própria família e amigos já notam os primeiros sinais, mesmo que em grau leve na pessoa, é hora de partir para o diálogo e já ir tentando sempre que possível retirar a pessoa do meio em que ela está vivendo e já procurar assistência médica, de preferência o mais rápido possível.
O tratamento deve ser feito pelo médico especialista em saúde mental, tanto o psiquiatra como o neurologista, que vai reunir a equipe multidisciplinar composta por um psicólogo, treinador físico e o clínico geral.
Existem excelentes remédios que receitados pelo médico produzem bons resultados. Convém lembrar que a ajuda de familiares e amigos é também de grande importância na recuperação do paciente acometido pela ansiedade.