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Trânsito, uma roleta russa!

Durante o mês de maio, acompanhamos os mais diver­sos veículos de comunicação divulgando uma ampla cam­panha por um trânsito mais educado, humano e menos violento. Pudemos conhecer as estatísticas assustadoras de vítimas do trânsito principalmente da cidade de Ribeirão Preto. Insisto, como muitos sociólogos, na afirmação de que o trânsito de uma cidade demonstra o grau de educa­ção do povo da mesma.

E então nossa resposta se dá na estatística do elevado nú­mero de óbitos e fraturados. Todos, frutos de nosso egoísmo, falta de atenção, sensibilidade, raiva, pressa, sem falar nas constantes infrações que vamos cometendo, como avan­çar sinal vermelho, vias preferenciais sem observar a placa “PARE”, falando ao celular e acelerando para que ninguém nos ultrapasse.

Ninguém escapa da roleta russa em que se transformou o trânsito de nossa metrópole. Tem-se a impressão de que mo­toristas, motociclistas e nem por último transeuntes pedestres fazem questão de viver no limite do perigo, colocando, igual­mente, a vida dos outros em risco iminente de morte.

As grandes avenidas se tornaram um perigo, como por exemplo, a Meira Júnior, a Via Norte, Independência e outras. Já nos bairros, as vias preferenciais são desrespeitadas com boa sinalização ou não. Mesmo assim a fiscalização por radares continua “atrás das moitas” de grandes avenidas. A arrecadação seria bem superior se os guardas multassem abertamente mais naquelas vias tão amplamente divulgadas pelas reportagens exibidas nesse último mês.

As multas seriam bem mais volumosas e a pontuação nas carteiras de habilitação talvez sensibilizassem mais nosso povo pela punição, já que transitam, egoisticamente, sem educação.Alguns afirmam que a sinalização da cidade está precária. Não concordo. Observo carros e motos ignorarem os sinais mais visíveis e evidentes, sem nenhum escrúpulo. Os acidentes já se tornaram tão triviais, que nos acostumamos a eles sem nenhuma indignação.

Por isso certos psicanalistas afirmam que as pessoas esti­lam ódio, raiva e desalentos no trânsito, como “válvulas de es­cape”, sem importarem-se mais com o valor da vida, como se espera do ser humano. O desrespeito no trânsito começa com a não observância dos sinais. Passa depois para xingamentos mal-educados e muitas vezes agressivos. Daí para uma batida ou atropelamento basta mais alguns segundos e pronto.

Não vejo por que a facilitação de armas em nosso País, já tão menos pacífico do que há alguns anos. A má condução de qualquer veículo tem-se tornado armas perigosas, ferindo e matando como nunca antes. Por isso meu apelo a todos os queridos interlocutores: não procuremos culpados fora de nós mesmos; façamos cada um, nossa parte, reassumindo com responsabilidade o valor da própria vida e da vida do próximo. Só assim o trânsito deixará de ser uma roleta russa. Causaremos menos despesas na saúde, no bolso e certamente evitaremos um número bem menor de mortes causado pela simples irresponsabilidade ao volante!

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