Ribeirão Preto fechou o ano passado com 92 mortes decorrentes de acidentes de trânsito. Somente em dezembro foram registrados cinco óbitos, um a cada seis dias. Os números alarmantes, no entanto, são semelhantes aos de 2017, quando 93 pessoas morreram na malha viária da cidade – tem 1,5 mil quilômetros de ruas, avenidas, travessas e alamedas pavimentadas – uma vítima fatal a menos em 2018, queda de 1,07%.
Junho e agosto foram os meses mais violentos, com 16 e 15 vítimas fatais, respectivamente, indica o balanço anual divulgado nesta segunda-feira, 21 de janeiro, pelo Movimento Paulista de Segurança no Trânsito (Infosiga-SP).
No ano passado, em Ribeirão Preto, foram cinco óbitos em dezembro, novembro, quatro em outubro, seis em setembro, 15 em agosto, oito em julho, 16 em junho, nove em maio, cinco em abril, seis em março, oito em fevereiro e cinco janeiro. O município registra quase oito mortes por mês (7,6), uma a cada quatro dias, em média.
Pedestres, motociclistas e ciclistas são as principais vítimas e representam 80,4% dos casos fatais (74). Dentre as 92 vítimas fatais, 68 eram homens (73,9%) e 24 mulheres (26,1%) – no mesmo período do ano passado foram 79 do sexo masculino (84,9%) e 14 do feminino (15,1%). Segundo o Infosiga-SP, o número de óbitos em dezembro ficou estável em relação ao constatado no mesmo mês de 2017, de cinco mortes em cada período.
Das 92 mortes constatadas em 2018 na cidade, 19 foram por atropelamento (20,6% do total), quatro a menos do que as 23 do período anterior, queda de 17,4%. As demais ocorreram em choques (19) e colisões (37) ou por outros motivos (17). Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2017, a principal causa de óbitos foram as colisões (35) – doze choques e 23 acidentes provocados por outras razões, além dos 22 atropelamentos.
Em 2018, 44 motociclistas morreram nas ruas e avenidas de Ribeirão Preto, mesmo número de óbitos do período anterior. Representam 47,8% do total do ano passado. Foram três mortes em novembro. A média é de uma morte a cada oito dias. A quantidade de pedestres mortos na malha viária de Ribeirão Preto caiu 9,1%, baixou de 22 em 2017 para 20 em 2018, duas mortes a menos.
A média neste ano na cidade é de aproximadamente uma morte a cada 18 dias. Representa 21,7% do total de óbitos. Os acidentes fatais envolvendo ciclistas ficaram estáveis, com leve alta de 1,1%, passando de nove para dez, um a mais. A média atual é de uma morte a cada 36 dias. Representa 10,82% do total.
Ribeirão Preto fechou 2017 com mais mortes na comparação com o total de óbitos de 2016, segundo o Infosiga-SP. Foram 93 vítimas fatais (média mensal de quase oito, 7,7), contra 82 de todo o exercício anterior (menos de sete por mês), onze a mais e alta de 13,4%. Em 81,7% dos casos as vítimas eram motociclistas, ciclistas ou pedestres (76 no total) e apenas 18,5% estavam de carro, caminhão ou outro tipo de condução – 17 pessoas.
Entre novembro de 2016 e o mesmo mês de 2017, as internações hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito consumiram R$ 3,95 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em Ribeirão Preto. O custo médio por pessoa foi de R$ 2 mil, segundo dados da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) divulgados no boletim Saúde do Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper).
O boletim mostra também que homens e em especial os motociclistas são maioria entre os internados, representando 75% e 65% das vítimas, respectivamente. Pedestres e ciclistas respondem por 20% das internações sendo que a taxa média de óbitos foi de 1,8%. Os dados levantados pela Fundace mostram que os homens jovens são as principais vítimas: 29,5% dos internados estavam na faixa etária entre 20 e 29 anos e 22,26% entre 30 e 39. Pessoas entre 40 e 49 representaram apenas 14,45%.
Mesmo com o aumento de 153,4% da frota de veículos em 21 anos – segundo levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) o número de veículos na cidade saltou de 215.043 veículos em 1997 para 544.914 em dezembro do ano passado (aporte de 329.871 carros, motos, caminhões, vans e afins) –, Ribeirão Preto registrou, em 2017, o menor número de acidentes de trânsito dos últimos dez anos.
Segundo levantamento divulgado pela Empresa de trânsito e Transporte Urbano (Transerp), o município reduziu os acidentes nas vias públicas municipais, excluindo rodovias. Na estatística, Ribeirão Preto contabilizou 10.639 acidentes em 2017 (cerca de 886 por mês e 29 por dia), redução de 9,72% em comparação com o período anterior.
Em 2016 foram registrados 11.785 casos (média mensal de 982 e diária de 32), 1.146 a menos no ano passado. A Transerp desenvolve uma série de medidas educativas para orientar o motorista, mas a maioria dos acidentes ocorre por imprudência – usar o celular ao volante, excesso de velocidade, avançar o sinal vermelho e dirigir embriagado, por exemplo.