O Consórcio PróUrbano entregou na semana passada, para a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp), a “planilha de custos” com os cálculos que servirão de base para definir o reajuste da passagem de ônibus do transporte coletivo urbano. A informação foi confirmada ao Tribuna pelo diretor do grupo, Carlos Roberto Cherulli, através da assessoria de imprensa. Ele, contudo, não revelou o percentual reivindicado pelas empresas. Já a Transerp diz apenas que os estudos para definir o aumento estão sendo feitos.
Entram no cálculo o reajuste de motoristas e trabalhadores da área administrativa do setor (com data-base em maio), a inflação dos últimos doze meses, investimento em veículos novos, gastos com combustível (óleo diesel, que gerou a greve de dez dias dos caminhoneiros e teve o valor congelado pela Petrobras), peças e insumos e outros tópicos. O contrato de concessão prevê reajuste anual sempre no final de julho. No ano passado, o valor da passagem de ônibus em Ribeirão Preto subiu de R$ 3,80 para R$ 3,95, reajuste de 3,94% e aporte de R$ 0,15.
A prefeitura alegou à época que o percentual aplicado estava abaixo do praticado na maioria das cidades de mesmo porte – Campinas (R$ 4,20, correção de 10,5%), Franca (R$ 4,10, aumento de 7,9%), Mogi das Cruzes (R$ 4,10, reajuste de 7,9%), Osasco (R$ 4,20, alta de 10,5%), São Bernardo do Campo (R$ 4,20, majoração de 10,5%), São José dos Campos (R$ 4,10 e 7,9%) e Sorocaba (R$ 4,10 e 7,9%)
O PróUrbano – formado pelas empresas Rápido D`Oeste (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%) – tem uma frota de 356 ônibus que operam 118 linhas e transportam cerca de 150 mil pessoas por dia. Nos últimos dez anos, o valor da passagem de ônibus na cidade subiu 100% na cidade – custava R$ 1,90 em 2006. Em 2015, o bilhete foi reajustado de R$ 3 para R$ 3,40, aumento de 13,3%. Em 2017, o promotor da Cidadania do Ministério Público Estadual (MPE), Sebastião Sérgio da Silveira, entrou com ação civil pedindo a anulação do reajuste, mas a liminar foi negada.
CPI quer entender planilha
Enquanto a prefeitura de Ribeirão Preto e o Consórcio PróUrbano discutem o percentual do reajuste da passagem de ônibus, os vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público querem auditar a planilha para entender como são feitos os cálculos do reajuste. Segundo Marcos Papa (Rede Sustentabilidade), que preside a CPI, está na hora de a Câmara ter uma opinião própria e fundamentada sobre o preço da passagem do transporte coletivo em Ribeirão Preto.
Caso contrário, o Legislativo – que tem como sua principal função fiscalizar o Executivo – ficará “eternamente acreditando na versão repassada pela prefeitura e pela concessionária Pró Urbano”. Para viabilizar a proposta, os vereadores da CPI solicitaram – através de requerimento – que a Câmara contrate uma consultoria para auditar a planilha. A presidência do Legislativo está analisando o pedido.