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Transerp quer R$ 6,4 milhões de consórcio PróUrbano

Respaldado por decisão judi­cial, o Consórcio PróUrbano dei­xou de pagar para a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) mais de R$ 6,4 milhões (R$ 6.466.078,15), valor referente à taxa de gerencia­mento cobrada pela reguladora do serviço do grupo concessioná­rio responsável pelo serviço públi­co no município.

Segundo a Transerp, isso tem causado “sérios problemas” porque impede a prefeitura de Ribeirão Preto de investir em sinalização na malha viária de trânsito, na manutenção em vá­rios pontos de ônibus e impos­sibilita a contratação de fiscais para o transporte coletivo.

O PróUrbano – formado pelas empresas Rápido D`Oeste (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%) – tem uma frota de 356 ônibus que operam 118 linhas. A cidade tem cerca de 1.500 quilômetros de vias pavimentadas. A afirmação foi feita pelo superintendente da empresa, Antonio Carlos de Oli­veira Júnior, durante audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, na última quinta-feira, 28 de outubro.

Ele foi convocado pelo Legis­lativo para prestar esclarecimentos sobre a suposta falta de atenção aos requerimentos aprovados pelo Legislativo que pedem a instala­ção de sinalização nas vias e outros questionamentos. A alíquota da taxa de gerenciamento do trans­porte coletivo é de 2% ao mês, so­bre a arrecadação do ProUrbano, e foi estabelecida no contrato de concessão do transporte público assinado com a prefeitura, em maio de 2012.

O repasse é de cerca de R$ 200 mil por mês, mas está suspenso desde abril de 2016 por força de decisão judicial em caráter limi­nar, favorável ao grupo conces­sionário. Na época, o Consórcio PróUrbano argumentou, no pedi­do de suspensão do repasse feito à Justiça, a existência de bitributação no pagamento do Imposto Sobre Serviço (ISS).

Também relatou o fato de a administração da ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) deixar de pagar parte do subsídio da gratuidade do transporte co­letivo para os estudantes. Vale destacar que Ribeirão Preto tem 13.061 alunos de escolas públicas cadastrados que via­jam gratuitamente quase todos os dias e custaram para o muni­cípio, em agosto, segundo dados da Transerp, R$ 1.192.611,00. Segundo a prefeitura de Ribei­rão Preto, atualmente o subsídio está regularizado.

Na audiência, ao ser questio­nado por Marcos Papa (Rede) sobre que medidas a Transerp iria adotar em relação ao assun­to, o superintendente respondeu que antes deverá conversar com o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB). “Precisamos ter uma de­cisão judicial o mais rápido possí­vel. Se a Justiça falar que é devido, o consórcio terá que nos pagar. Senão, temos que incluir isso no reequilíbrio do contrato”, afirmou.

Já em nota enviada ao Tri­buna, nesta sexta-feira, dia 26, a Transerp informou que “ajui­zou os recursos cabíveis contra a decisão que determinou a suspensão da tarifa e aguarda a sentença do juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Ribeirão Preto para analisar as medidas cabíveis”, diz o texto.

Para o vereador Marcos Papa, que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito – do Transporte Público (CPI do Transporte), o contrato de con­cessão em Ribeirão Preto preci­sa ser revisto, urgentemente. “É lamentável que a concessionária PróUrbano se valha deste tipo de estratagema para induzir a Justiça ao erro e prejudicar a cidade mais uma vez”, afirma. Procurado para comentar o as­sunto, o Consórcio PróUrbano não havia se manifestado até o fechamento desta edição.

Requerimentos
Na audiência, Antonio Carlos de Oliveira Júnior também ex­plicou que os requerimentos dos vereadores são objetos de análi­se e posteriormente atendidos conforme as prioridades. Disse que a Transerp está em situação financeira delicada, mas que as demandas são supridas através de cronograma.

Em relação à instalação de lombadas, uma das principais queixas dos parlamentares, ele explicou que a Transerp respeita as normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), e de acordo com a nova resolução, a aplicação deste recurso está bastante restrito, devendo a administração buscar outras alternativas de engenharia de tráfego, tais como sinalizações, placas e demais opções.

Para o vereador Adauto Ho­norato, o “Marmita” (PR), que propôs a convocação de Oliveira Júnior, “o superintendente res­pondeu, mas não me conven­ceu. Fizemos diversos pedidos e não fomos atendidos, por isso as pessoas vêm até nós pra dizer que estão desassistidas. Já fui vá­rias vezes à Transerp e fui mal recebido”, concluiu.

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