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Trabalho remoto cai pelo segundo mês consecutivo

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

O estudo “O trabalho re­moto e a pandemia: a manu­tenção do status quo de desi­gualdade de renda no país”, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econô­mica Aplicada (Ipea), mostra que o trabalho remoto englo­bou, em outubro deste ano, um total de 7,6 milhões de pessoas, o que correspondeu a 9,6% das 79,4 milhões de pessoas ocupadas no Brasil e não afastadas.

Foi o segundo mês conse­cutivo de redução no percen­tual de brasileiros trabalhando de forma remota, sinalizou o levantamento. Isso quer dizer que foram 477 mil pessoas a menos do que o estimado em setembro. De acordo com o Ipea, essa é a primeira vez, desde o início da pandemia do novo coronavírus, que esse nú­mero é inferior a 8 milhões.

As estimativas do estu­do do Ipea foram calculadas com base na Pnad Covid-19, divulgada pelo Instituto Bra­sileiro de Geografia e Estatís­tica (IBGE). A Pnad Covid-19 objetiva estabelecer o número de pessoas com sintomas re­feridos associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro.

Remuneração
Segundo o Ipea, a remune­ração dos trabalhadores que trabalham de casa alcançou R$ 33,6 bilhões no mês de outubro, o que corresponde a 18,5% da massa total de rendi­mentos efetivamente recebida por todas as pessoas ocupadas no país, da ordem de R$ 181,5 bilhões. No mês de setembro, 10,7% das pessoas ocupadas e não afastadas trabalharam de forma remota, sendo res­ponsáveis por 20% da massa de rendimentos.

O Ipea verificou também a questão da desigualdade de rendimentos do trabalho re­moto per capita, isto é, por indivíduo, no país. Não hou­ve aumento significativo da desigualdade como resultado do trabalho remoto. Segundo o pesquisador Geraldo Góes, um dos autores do estudo, in­dependente da pandemia do novo coronavírus, a desigual­dade de renda permanece ele­vada no Brasil e o percentual da massa de rendimentos ge­rada pelas pessoas em trabalho remoto continua sendo prati­camente o dobro do percen­tual de pessoas ocupadas que estão em home office.

Em relação ao mês ante­rior, o perfil de quem está tra­balhando em casa permaneceu estável. Em outubro, obser­vou-se que as mulheres cons­tituíam a maioria das pessoas em trabalho remoto (56,9%), da cor branca (65%), com ní­vel superior completo (76%) e idade entre 30 e 39 anos (32%). Predominou, em outu­bro também, o setor formal no teletrabalho (84,1%), que equi­vale a 6,4 milhões de pessoas, enquanto os restantes 15,9% dos trabalhadores estavam na informalidade (1,2 milhão de pessoas). Na desagregação por atividade, o Ipea constatou que 44,3% das pessoas em home office estavam em atividades de serviços, 38,4% no setor pú­blico, 7% na indústria e 4,9% no comércio. A maior concen­tração de pessoas trabalhando remotamente continuou no Sudeste brasileiro (58,4%).

Estados
Por unidade federativa, a pesquisa aponta que o Distri­to Federal seguiu liderando o ranking, com 32,98% da massa de rendimentos efetivamente recebida por trabalhadores em home office, seguido pelo Rio de Janeiro (29,14%) e São Pau­lo ( 24,15%). O Mato Grosso foi o estado com o menor per­centual (6,78%).

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