Tribuna Ribeirão
Geral

Trabalho escravo – MPT recebeu 105 denúncias em 2021

DIVULGAÇÃO/MPT

Nesta sexta-feira, 28 de janeiro, foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Tra­balho Escravo, data instituída para homenagear os audito­res fiscais mortos em 2004, em Unaí (MG), durante uma fiscalização para averiguar de­núncias de trabalho escravo, no episódio conhecido como “chacina de Unaí”.

De lá para cá, o combate à prática tem se intensificado. O Ministério Público do Tra­balho (MPT) na 15ª Região, cuja circunscrição abrange 599 municípios do interior de São Paulo e litoral norte pau­lista, recebeu 105 denúncias no ano de 2021, um cresci­mento de 41% em relação ao ano anterior.

Em 2019, o MPT recebeu 70 denúncias; este número caiu para 61 em 2020 e teve um crescimento significativo em 2021, com o recebimento de 105 denúncias. No período de cinco anos (2016-2021), a instituição recebeu o total de 454 denúncias.

Para o procurador e vi­ce-coordenador regional de combate ao trabalho escravo do MPT Campinas, Marcus Vinícius Gonçalves, a pande­mia contribuiu para o agra­vamento dos casos de pre­carização e degradância no ambiente de trabalho.

“Mesmo com as dificulda­des que decorrem da pande­mia, o MPT permanece atu­ante no combate ao trabalho escravo, seja pela participação em operações de resgate, que contam sempre com a presen­ça de outras instituições, como também pela responsabiliza­ção dos empregadores e defesa dos direitos das vítimas”, diz.

“O cenário econômico im­posto pela pandemia contri­buiu para agravar a precariza­ção no ambiente de trabalho, e por isso, acreditamos ser ne­cessário intensificar o trabalho de conscientização da popula­ção acerca da importância da denúncia”, emenda.

“O trabalho escravo ainda existe, inclusive nos grandes centros urbanos, e apenas por meio da denúncia é possível tirar os casos da obscuridade e trazê-los à superfície, onde é possível levar justiça às víti­mas”, esclarece Marcus Viní­cius Gonçalves.

O número de termos de ajuste de conduta (TAC) e ações civis públicas ajuizadas contra empresas que se utili­zaram de mão de obra escrava também cresceu na Regional da 15ª Região em relação aos dois anos anteriores. Em 2021 foram firmados 26 TACs e ajuizadas nove ações.

Em 2020, foram celebrados seis termos de ajuste de condu­ta e três ações com este objeto. No ano anterior, em 2019, ain­da no período pré-pandêmico, o Ministério Público do Traba­lho da 15ª Região celebrou 18 acordos e moveu três ações.

O número de audiências extrajudiciais conduzidas por procuradores do Ministério Público do Trabalho em ca­sos de trabalho escravo, no ano de 2021, foi de 53, en­quanto em 2020 foram rea­lizadas 28 audiências e, em 2019, 45 audiências.

Números nacionais
Segundo dados da Sub­secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministé­rio do Trabalho e Previdên­cia 1.937 trabalhadores fo­ram resgatados da escravidão contemporânea em 2021. O Ministério Público do Traba­lho esteve presente no resgate de 1.671 pessoas.

As operações foram re­alizadas em conjunto com outros órgãos públicos, inte­grantes do grupo móvel na­cional, como Auditoria Fiscal do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho e Pre­vidência, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Além disso, no ano passa­do, o MPT recebeu 1.415 de­núncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de traba­lhadores, número 70% maior que em 2020. Nos últimos cin­co anos, a instituição recebeu 5.538 denúncias relacionadas a trabalho escravo.

Nesse mesmo período, foram firmados 1.164 termos de ajuste de conduta (TACs), ajuizadas 459 ações civis pú­blicas e instaurados 2.810 in­quéritos civis sobre o tema. Uma das modalidades de trabalho escravo mais identi­ficadas em áreas urbanas foi o trabalho escravo domésti­co, que afeta principalmente mulheres negras.

Segundo estudo do Insti­tuto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de 2019, mais de seis milhões de brasileiros e brasileiras dedicam-se a ser­viços domésticos. Desse total, 92% são mulheres – em sua maioria negras, de baixa esco­laridade e oriundas de famílias de baixa renda.

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