Teve início na última sexta-feira (14) a vacinação dos atletas brasileiros que participarão dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio (Japão). O primeiro a receber a vacina foi o tetracampeão paralîmpico Antônio Tenório, de 50 anos, em São Paulo. E Ana Marcela Cunha, campeã mundial de maratona aquática, foi a primeira a ser imunizada no Rio de Janeiro, pelo próprio ministro da Saúde Marcelo Queiroga.
A vacinação ocorre também em Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte. Ao todo 1814 pessoas serão imunizadas, com doses doadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI): 4050 da farmacêutica norte-americana Pfizer e outras oito mil da chinesa Sinovac, fabricante da CoronaVac. Até que as vacinas doadas pelo COI cheguem ao Brasil, os atletas são imunizados com as doses do Plano Nacional de Imunização (PNI). A entidade também assegurou doses suficientes para mais dois brasileiros não-atletas a cada membro da delegação brasileira vacinado.
“Essa cerimônia se iniciou com a execução do hino nacional e queremos ouvir o hino nacional várias vezes na Olimpíada de Tóquio, torcendo por vocês, para que tragam medalhas para o povo brasileiro. O esporte, especialmente as Olimpíadas, é um momento de união mundial. É uma competição, mas uma competição movida por espírito altruísta e vivemos um momento na saúde pública mundial de grande gravidade”, disse o ministro Queiroga durante o evento de vacinação na Escola de Capacitação Física do Exército, na Urca, zona Sul da capital.
Após receber a primeira dose, aplicada pelo ministro Queiroga, a multicampeã Ana Marcela Cunha apoiou a iniciativa.
“Serão mais de 1800 {pessoas] da delegação brasileira vacinados. E além de tudo isso, a cada uma dose que nós estamos sendo vacinados, duas doses são doadas através do SUS. Então, de certa forma, o esporte está contribuindo muito para o Brasil, para saúde do Brasil’, disse a atleta cinco vezes campeã mundial de maratonas aquáticas.
Assim como o Brasil, vários países já deram a largada na imunização de atletas: Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Hungria, Grã-Bretanha, Israel, Lituânia, México e Nova Zelândia, entre outros, já iniciaram a imunização de suas delegações. A abertura da Olimpíada de Tóquio será em 23 de julho, e a dos Jogos Paralímpicos em 24 de agosto.
Também se vacinaram hoje (14) no Rio, o arqueiro Marcus Almeida, a nadadora Larissa de Oliveira – que ainda busca classificação a Tóquio -, os paralímpicos Caio Ribeiro (paracanoagem) e Michel Pessanha (remador), e Rosangela Santos, medalhista de bronze (2008) no atletismo, nos Jogos de Pequim (China).
“O esporte está ligado à saúde, à educação. Então acho que nós somos uma imagem para o povo também. Então é muito gratificante saber que tudo isso de doações só está acontecendo também pelo esporte”, afirmou Rosângela que ainda briga por uma vaga olímpica, pela classificação no ranking mundial.
Além do ministro Queiroga, da Saúde, também estiveram presente no evento o Secretário do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães; o Diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro Isaias Carvalho; o Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Bruno Souza; e o Presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Paulo Wanderley Teixeira.
São Paulo
Emocionado, o tetracampeão Antônio Tenório recebeu a primeira dose no Centro de Treinamento Paralímpico (CTP), na capital paulista. Em março, o judoca teve um quadro grave de covid-19, permanecendo 18 dias hospitalizado.
“É um momento ímpar para nós, passamos por momentos difíceis. Depois de 18 dias de internação, então para mim é muito gratificante esse momento de ser o primeiro atleta paralímpico a ser vacinado”, comentou Antônio Tenório, após receber a primeira dose da vacina da Pfizer, momento especial que foi publicado no Twitter pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) Mizael Conrado.
Edição: Cláudia Soares Rodrigues