Tribuna Ribeirão
Cultura

Tony Miyasaka é tema de exposição

O Museu da Imagem e do Som José da Silva Bueno (MIS-RP), equi­pamento da Secretaria Municipal da Cultura e Turismo localizado na rua Cerqueira César nº 371, no Centro, realiza até 28 de julho a exposição “Tony Miyasaka: câmeras e registros fotográficos de Ribeirão Preto”.

A exposição reúne uma impor­tante seleção de fotografias de edi­ficações de Ribeirão Preto, registra­das pelo fotógrafo Tony Miyasaka. Quem visitar o MIS verá também uma parte do seu acervo de câme­ras fotográficas, acessórios e um documentário sobre a sua produ­ção e pesquisa na cidade.

A partir do acervo do fotógrafo Tony Miyasaka, a mostra busca dis­cutir a evolução dos equipamentos fotográficos e a mudança de Ribei­rão Preto ao longo do tempo, como suas linhas artísticas, arquitetônicas e urbanísticas, o modo de vida da po­pulação, a ocupação do espaço urba­nizado e as expressões culturais.

A exposição ficará aberta de ter­ça a sexta-feira, das nove às 12 horas e das 14 às 17 horas, até o dia 28 de julho. Miyuki Miyasaka nasceu em Osaka, no Japão, em 14 de novem­bro de 1932. Com dois anos de idade veio com sua família para o Brasil, indo morar em Pradópolis.

Uma picada de cobra trouxe a criança para Ribeirão Preto. O inci­dente deixou o pai de Tony com tanto meedo que a família Miyasaka decidiu morar na “cidade”. Além de fotógrafo, trabalhou na TV Tupi e conquistou uma cadeira na Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto (Alarp).

Por sua mãos passaram alguns dos maiores fotógrafos da cidade e é apontado como mestre de cinco a seis mil amadores e profissionais. Tony Miyasaka começou a foto­grafar em 1949. Em 1957 conhe­ceu Tereza Keiko Murakawa, com quem se casou em 1959.

Tiveram cinco filhos e vários netos. Tony era apaixonado por aviação e sua preferência eram as imagens aéreas. Voava de teço-te­co para registrar o crescimento de Ribeirão Preto. Pedia para que as portas do pequeno avião fossem retiradas – pilotos ficavam medo de ele cair e seguravam sua calça.

Ele morreu de maio de 2004, aos 72 anos. Foram mais de cinco déca­das dedicadas a cliques e focos. Em Ribeirão Preto, Tony Miyasaka co­meçou a trabalhar com fotografia em 1950 na loja de sua família e nunca mais parou. Seu legado envolve mais de 50 anos dedicados à fotografia.

Sua trajetória deixa uma herança de pioneirismo no campo da foto­grafia, mostrando sua importante contribuição para Ribeirão Preto, sendo o principal fotógrafo a regis­trar a cidade e seus costumes, a par­tir de 1950. Tony Miyasaka também atuou como repórter fotográfico e professor de fotografia, além de co­mercializar equipamentos e serviços de processamento fotográfico.

Durante mais de anos, olhar Ri­beirão Preto por meio da fotografia foi a razão da vida de Tony Miyasaka. Com uma produção fotográfica de mais de 14 mil imagens, ele permitiu documentar as transformações vivi­das pela cidade e por seus habitantes.

“As fotos demonstram o olhar privilegiado que ele tinha sobre a ci­dade”, destaca o pesquisador Rafael Franklin Almeida Bezzon, aluno do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Faculdade de Ci­ências e Letras da Universidade Esta­dual Paulista (Unesp) de Araraquara.

Sob a orientação do professor Edgar Teodoro da Cunha, pesqui­sador do grupo de pesquisa CNPq Núcleo de Antropologia da Ima­gem e Performance (Naip), Ra­fael Bezzon defendeu dissertação intitulada “O japonês da gravata borboleta – Trajetória, arquivo e imagem: a experiência de pesqui­sa no e com o Arquivo Miyasaka”.

Mesmo Miyasaka tendo fotogra­fado de 1949 a 2004, ano de sua mor­te, Bezzon trabalhou em sua pesquisa com as fotos produzidas entre os anos de 1950 a 1960, conjunto denomi­nado “jovem Miyasaka”: são três mil imagens, todas em preto e branco, produzidas em diferentes contextos.

O período de produção anali­sado pelo pesquisador foi um mo­mento de intensa produtividade da chamada “Escola Paulista” de fotografia, dirigida pela produção fotográfica do Foto Cine Clube Bandeirante, sediada em São Paulo, e que ajudou a difundir o conceito de fotografia artística no Brasil.

O Arquivo Miyasaka é composto de fotografias, negativos fotográficos – alguns já digitalizados –, além de documentos que tratam da trajetória profissional e de vida do fotógrafo, textos autobiográficos e crônicas que ele escrevia para jornais da cidade.

Ainda, no ano de 1960, fundou, junto com outros profissionais, o Cen­tro Experimental de Cinema da cida­de, onde produziram 15 filmes de ani­mação e ganharam alguns prêmios no Brasil e na França. Sua premiação mais expressiva se deu no “V Jounées Internacionale du Cinema d’Anima­tion, Annecy”, em 1963, com o filme “Tourbillon”, no qual Miyasaka assina a direção fotográfica.

Arquivo Miyasaka
Atualmente, o Arquivo Miya­saka está sediado na residência que foi do fotógrafo, onde vive a viúva, Dona Tereza, e a filha, Elza. É com­posto por três conjuntos fotográficos: “Jovem Miyasaka”, “Fotos Aéreas” e “Fotos Artísticas”. Parte das fotogra­fias foram digitalizadas e estão arma­zenadas em um HD externo.

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