O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou nesta terça-feira, 23 de julho, que o governo pretende liberar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não apenas para este ano, mas para os próximos também. Os saques poderão ser feitos das contas ativas e inativas e a injeção na economia deverá ser de R$ 42 bilhões.
“O governo passado soltou só inativos. Vamos soltar ativos e inativos. Eles soltaram uma vez só, nós vamos soltar para sempre Todo ano vai ter”, disse. O ministro afirmou novamente que a liberação poderá injetar R$ 42 bilhões na economia. Na semana passada, ele já havia confirmado este montante, mas o próprio Ministério da Economia havia corrigido o valor para R$ 30 bilhões após refazer os cálculos.
“Eu tinha falado que ia ser em torno de R$ 42 bilhões. E vai ser isso mesmo. Deve ser uns R$ 30 bilhões neste ano e R$ 12 bilhões no ano que vem. São os R$ 42 bilhões que eu falei, só que vocês vão ver que há novidades, coisas interessantes”, disse, sem dar maiores detalhes. Na segunda-feira (22), o governo estudava limitar os saques em R$ 500 neste ano.
O valor máximo seria para contas ativas (dos contratos atuais) e inativas (de contratos inativos). Independentemente de quantas contas tiver, o trabalhador só poderia sacar no máximo esse valor para cada conta que tiver. O público-alvo da medida são 100 milhões de contas do fundo (um trabalhador pode ter mais de uma conta).
A partir do ano que vem, a ideia é permitir que os trabalhadores tenham direito a uma nova modalidade de retirada dos recursos: o “saque aniversário”. Se escolher essa opção, o trabalhador teria de abrir mão de resgatar a totalidade do fundo caso seja demitido sem justa causa. Nessa situação, ele continuaria a sacar a parcela dos recursos anualmente até acabar.
Porém, pelo discurso do ministro, pode prevalecer o projeto anterior, de liberar até 35% das contas ativas e inativas do FGTS. O anúncio era para ser feito na semana passada, em meio à solenidade de 200 dias de governo Jair Bolsonaro (PSL), mas o setor da construção civil pressionou preocupado que a retirada dos recursos poderia reduzir o uso do FGTS como fonte para financiamentos para os setores imobiliário, de saneamento básico e infraestrutura a juros mais baixos. O anúncio deve ser feito às 16 horas desta quarta-feira (24).