O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) converteu a prisão temporária de Rafael Mazzucato em prisão preventiva, por tempo indeterminado. O pedido foi feito pelo promotor Eliseu José Berardo Gonçalves, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), após a conclusão do inquérito na Polícia Civil.
A juíza Martha Rodrigues Maffeis, da 1ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto acatou, nesta segunda-feira (1) o pedido do MPSP e determinou que Mazzucato siga preso pelo menos até o julgamento. O processo segue em segredo de Justiça e não há informações se o caso será levado a Júri Popular.
No inquérito, a Polícia Civil denunciou Mazzucato e Francisco José Musse Júnior. Ambos foram citados por homicídio consumado triplamente qualificado por motivo torpe (vingança), meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima.
Crime da Baixada
Na madrugada de 2 de junho, um cliente e um manobrista brigaram em um estacionamento na Avenida Jerônimo Gonçalves, região da Baixada, Centro de Ribeirão Preto. O cliente é Rafael Mazzucato. Eles aparentemente discutem pelo pagamento de um tíquete de R$ 5,00 pelo período de estada de um veículo. Durante a briga, Rafael cai duas vezes no chão e leva chutes e voadoras do manobrista.
Vai embora do local acompanhado de outras pessoas, entre elas o funcionário da Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (SAERP), Musse Júnior. Cerca de 20 minutos depois, os dois voltam em uma moto. Rafael desce da garupa, saca a arma e dispara.
Ruan César Godoi, de 22 anos estava na frente do estacionamento efetuando o pagamento do tíquete do carro onde estava de carona. Ele havia trabalhado pouco antes como ajudante de uma banda que havia se apresentado em uma casa de shows na região e usava roupas iguais às usadas pelo manobrista: boné branco, camiseta preta e tênis branco.
Mazzucato chega e dispara várias vezes. O primeiro tiro atinge Ruan na cabeça. A dupla foge do local e ninguém mais ficou ferido. Ruan foi levado para o Hospital das Clínicas – Unidade de Emergência (HC-UE), onde teve morte cerebral confirmada no dia 04 de junho.
Mazzucato, que havia prestado depoimento no dia 03, se apresentou no dia 06 e foi preso temporariamente. As investigações prosseguiram e, após ouvir testemunhas, o delegado Rodolfo Latif Sebba determinou a prisão preventiva de Musse Júnior, cumprida em 13 de junho, quando ele se apresentou na delegacia. As testemunhas disseram que já havia um desentendimento entre Musse Júnior e o manobrista por causa de uma mulher. O delegado denunciou os dois pelo homicídio de Ruan.