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Cultura

‘Titanic’ volta aos cinemas para celebrar seus 25 anos

Por Daniel Silveira

Depois que a pandemia de covid afastou as pessoas das salas de cinema, o que favoreceu as plataformas de streaming, é mais fácil ficar em casa e assistir a um filme selecionado em um vasto catálogo ajudado pelo algoritmo. No entanto, o diretor James Cameron faz um convite: vá ao cinema. E não é para ver Avatar: O Caminho da Água, que entrou em cartaz em dezembro e já é o quarto filme mais visto da história, mas para assistir a Titanic, um de seus longas de maior sucesso e o terceiro mais visto no mundo, perdendo apenas para Vingadores: Ultimato (em 2º) e o primeiro Avatar (em 1º).

Na quinta, 9, o longa que conta a história de amor proibida entre Rose (Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio) volta às salas de cinema em diversos países do mundo, incluindo o Brasil, em uma versão 3D e 4K, para celebrar os 25 anos de sua estreia.

“Ir ao cinema é uma questão de compromisso”, observou Cameron em entrevista coletiva que contou com a presença do Estadão. Ao lado do produtor Jon Landau, com quem trabalha há 30 anos, o diretor falou sobre o relançamento de um de seus maiores sucessos. “Não é uma questão de ter a tela maior”, continua o diretor, tentando explicar o que faz as pessoas optarem por ver filmes nos cinemas em vez de ficar em casa, assistindo pela TV. “(Quando vai ao cinema) você escolhe, pega seu carro, compra os ingressos e entra na sala”, continua, comparando com a opção mais simples de sentar em um sofá e escolher um filme ou uma série. Além disso, Cameron argumenta que ir ao cinema também é uma opção por compartilhar o momento. “Tenho quatro filhos, é difícil juntar todo mundo para ver um filme em casa”, brinca o diretor de 68 anos.

O cineasta fala com a propriedade de quem tem experiência em fazer as pessoas saírem de casa para ver seus filmes. Não por acaso, duas produções assinadas por ele disputam um lugar no pódio entre as bilheterias. Uma batalha que pode ficar mais acirrada com o retorno de Titanic às salas. Avatar: O Caminho da Água, que está na oitava semana de exibição no Brasil, tenta tirar o bronze da história de amor que acontece no transatlântico que afunda após bater num iceberg.

Para Cameron, não importa quanto tempo as pessoas vão ficar na sala para ver um filme – elas irão. “A gente destruiu um mito de que as pessoas não veriam filmes longos: eles podem fazer dinheiro”, conta. Coincidentemente, seus três maiores sucessos também são longos: o mais curto deles é Avatar, com seus pouco mais de 160 minutos de duração. Titanic e a sequência de Avatar têm cerca de três horas de duração, cada um.

EMPODERAMENTO

Quando Titanic estreou, há 25 anos, a história de amor levou muita gente às lágrimas, principalmente porque um dos protagonistas morre depois de ajudar a salvar sua amada. Cameron lembra que o filme é quase um Romeu e Julieta dentro de um navio

Para além do amor entre Rose e Jack, ele defende que o longa também é sobre como uma mulher se fortalece depois de conhecer um mundo diferente do seu. Rose sai viva e empoderada de sua jornada: deixa a Inglaterra como uma mulher submissa e chega à América renegando seu passado, tornando-se uma nova mulher.

Mas será que Cameron faria algo diferente se Titanic fosse lançado em 2023 em vez de 1998? Não. “Filmaríamos o mesmo roteiro, exatamente”, esclarece. Talvez o longa chegasse às salas de cinema já em 3D e, durante a produção, o diretor canadense pudesse optar por mais computação gráfica do que usou, como fez em Avatar e em sua sequência – seriam essas as únicas diferenças se a estreia fosse hoje.

OSCAR

Titanic surpreendeu, em 1998, por sua qualidade técnica e seus efeitos especiais, que lhe valeram um Oscar. Além disso, outras 10 estatuetas foram para ele na premiação daquele ano, incluindo filme, diretor (Cameron) e atriz (Winslet). DiCaprio não chegou a receber indicação. O longa também levou para casa o Oscar de canção original, My Heart Will Go On, interpretada por Céline Dion, que também se tornou um marco da indústria fonográfica. Durante o auge da fama, algumas rádios reproduziam as músicas com trechos de diálogos dos personagens.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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