Por Gabriela Marçal
A artista perfomática Romagaga publicou um vídeo com um desabafo em seu Twitter, relatando ter dificuldades para manter um perfil no Tinder por ser trans e usando a hashtag #TinderTransfobico.
“Está lá o Tinder usando a bandeira LGBT, usando a causa, se promovendo, sendo que nós trans não temos o direito de estar no aplicativo. Eu faço uma conta lá e em um minuto eu sou banida. Qualquer outra trans que faz é banida. Isso não é justo. Isso é crime”, diz Romagaga.
“Não é só um aplicativo não, eu estou cansada de hipocrisia, das pessoas estarem usando a bandeira LGBT e nós não termos direito nenhum. Essas empresas que estão usando a bandeira aí, quantas trans vocês estão vendo trabalhar?”, continua a artista.
Assista ao relato dela na íntegra clicando aqui.
A partir desta iniciativa, mais usuários passaram a acusar de transfobia a plataforma de encontros e o assunto foi parar nos trending topics Brasil.
Após contato da reportagem, o Tinder divulgou um comunicado sobre a acusação. “Estamos dedicados a tornar o Tinder o melhor aplicativo para todes conhecerem novas pessoas. O Tinder não bane usuários por conta da sua identidade de gênero. […] No entanto, sabemos que nosso trabalho não está concluído”, informa a nota.
“Reconhecemos que a comunidade trans enfrenta desafios no Tinder, incluindo ser injustamente denunciado [sic] por matches potenciais. Esta é uma questão complexa e multifacetada e estamos trabalhando em estreita colaboração com organizações ao redor do mundo para melhorar constantemente nossas práticas”, afirma o comunicado.
Segundo o Tinder, todas as pessoas que acreditam que foram banidas injustamente por denúncias relacionadas a sua identidade de gênero podem entrar em contato pelo e-mail questions@gotinder com para que o caso seja avaliado.
Em junho, o aplicativo de namoro lançou uma atualização que permite o usuário optar por mais opções de identificação – além de homem e mulher.