Por Almir Leite
Titular e capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, o zagueiro Thiago Silva até hoje convive com críticas por causa de sua instabilidade emocional. Ele não concorda que seja instável. Garante estar preparado para disputar sua terceira Copa, pois “aos 33 anos, me sinto como um garoto” e procura conviver com os comentários com tranquilidade.
“Encaro naturalmente. Sou assim (emotivo) e o mais importante é que isso nunca me atrapalhou dentro de campo. Em todos os jogos, eu me concentro ao máximo. Se a gente tem sentimento, quando tem uma perda grande, deixa a emoção chegar. Todo mundo é assim”, disse o zagueiro do Paris Saint-Germain na tarde desta terça-feira, em Londres, em entrevista após o treino da seleção brasileira no CT do Tottenham.
Thiago Silva se considera em um dos melhores momentos da carreira e pronto para ser titular da seleção, se o técnico Tite assim o decidir – ele briga por posição com Marquinhos. “Temos uma briga sadia, que faz elevar o nível de concentração. O importante é que a seleção tem quatro jogadores que podem dar conta do recado. Até mesmo o Geromel, que joga no Brasil, é um grande zagueiro. Tem totais condições de jogar.”
O zagueiro assegura que não só ele como toda a seleção está forte mentalmente e, com isso, a equipe vai chegar à Copa do Mundo preparada para lutar pelo título. “Nos últimos jogos, temos demonstrado força, principalmente contra a Alemanha. Depois do 7 a 1 (da Copa de 2014), jogar novamente e ter bom resultado, mostra que nos preparamos muito bem para o jogo. Estamos nos preparando da melhor maneira possível”, afirmou.
Suspenso, Thiago Silva não jogou contra a Alemanha naquela partida no Mineirão e recordou ter sido muito difícil ficar vendo a equipe e seus companheiros serem goleados. “Você estando fora, por mais que tente passar forças positivas, não pode ajudar diretamente o grupo. De fora, você vê muita coisa que poderia ter sido diferente, mas não pode nem gritar porque não te escutam”, disse, explicando que no intervalo foi ao vestiário tentar dar apoio aos colegas.
Ao comentar a evolução da seleção nos últimos quatro anos, ele disse que é inevitável a melhora, à medida que o tempo passa e a experiência aumenta.
“Acredito que o grupo esteja muito bem preparado pelo que fizemos com o Tite, mesmo nos dois anos com o Dunga, apesar das dificuldades que encontramos. Tivemos um aprendizado muito grande, por isso estamos numa Copa do Mundo, que é o auge. Temos a possibilidade de reescrever a nossa história. Não temos que prometer título, mas sim boas atuações porque estamos nos preparando da maneira que tem que ser. O Tite fala: ‘Podem ficar tranquilos, que para a estreia, para o próximo jogo domingo, vocês vão estar bem’.”