O espetáculo “O Estrangeiro_reloaded” vai desembarcar em Ribeirão Preto no mês que vem para curta temporada no Teatro Municipal, em comemoração aos 15 anos de criação, e mirando nas mudanças profundas no mundo e em si mesmos, ator e diretora recriam o espetáculo numa concepção inteiramente nova. A peça é uma adaptação do livro homônimo do escritor, dramaturgo, jornalista e filósofo franco-argelino Albert Camus (1913-1960), lançado em 1942.
Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1957, sua obra marcou o pensamento contemporâneo com reflexões sobre o absurdo inerente à condição humana, a liberdade e a responsabilidade individual. A direção é de Vera Holtz, com atuação do ator Guilherme Leme Garcia. A trilha sonora é de ZemaTamatchan, com figurino de João Pimenta.
As sessões serão em 7 e 8 de março, sexta-feira e sábado, às 20 horas. Os ingressos custam R$ 90 (inteira), R$ 70 (antecipado) e R$ 45 (meia-entrada) – para estudantes e professores de escolas públicas e particulares (mediante apresentação de documento comprobatório como carteirinha da instituição, boleto de mensalidade ou holerite), aposentados (com documento específico) e idosos acima de 60 anos (com cédula de identidade, o RG).
Estão à venda no site Mega Bilheteria (www.megabilheteria.com) e no guichê da hora das sessões. O Teatro Municipal fica na praça Alto do São Bento s/nº, Jardim Mosteiro. Para compra online há taxa de serviço. O local tem capacidade para receber 515 pessoas – o estacionamento tem 40 vagas. Mais informações pelo telefone (16) 3625-6841. O espetáculo não é recomendado para menores de 16 anos. O uso de máscara é opcional.
O livro e a peça contam a história de Mersault, um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana. Sente-se arrastado pela correnteza da vida e da história. Alheio à importância das coisas ao seu redor, comete um crime quase inconscientemente, recebendo com indiferença as consequências dos seus atos.
“Quinze anos se passaram desde que desenhei (o personagem) Mersault na primeira montagem. Nesses anos, tanta história se passou no mundo e na minha vida que é quase impossível pensar essa peça e esse personagem sem contar com tantos novos desafios que se apresentam frente ao nosso pensamento”, diz o ator Guilherme Leme Garcia.
“Uma nova encenação se faz necessária para que a visualidade cênica venha cheia de vitalidade e atualidade, um Mersault ainda mais simples e ao mesmo tempo mais sofisticado se torna imprescindível para que eu possa pensar uma interpretação mais vertical e contundente”, emenda.
Essa foi a maior motivação para o reencontro do ator com a diretora de Guilherme Leme Garcia e Vera Holtz com o texto de Albert Camus, desde o distante Natal de 2008 quando, na Dinamarca, conheceram a versão do ator e diretor dinamarquês Morten Kirkskov para a celebrada obra de Camus.
A dupla apresenta esta nova encenação depois de 15 anos da primeira e bem-sucedida montagem, sucesso de público e crítica que circulou por quatro anos pelo Brasil e se encerrou no Festival de Edimburgo em 2012. Esta obra de Camus faz parte de sua trilogia sobre o absurdo, junto com outras duas – “O Mito de Sísifo” e “Calígula”.
Em “O Estrangeiro”, o personagem central Meursault leva uma vida banal até receber a notícia da morte da mãe, cometer um crime, ser preso, julgado e condenado. Em meio à controversa relação entre o indivíduo e a lei, se sente mais um homem arrastado pela correnteza da vida e da história.
Na trama, Meursault não encontra explicação nem consolo para os acontecimentos em sua trajetória, tudo acontece à sua revelia e nada faz o menor sentido. Ele não acha explicação na fé, religião ou ideologia, não tem onde se amparar. Seu drama pode ser lido como o drama de qualquer pessoa que se depara com o absurdo.
Sinopse – Mersault é um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana. Sente-se arrastado pela correnteza da vida e da história. Alheio à importância das coisas ao seu redor, comete um crime quase inconscientemente, recebendo com indiferença as consequências dos seus atos.
Guilherme Leme Garcia – Como diretor, ator e produtor realizou, nos seus 40 anos de carreira, mais de 50 espetáculos teatrais, com destaque para “Decadência”, “Quartett”, “Medea Material”, “Trágica.3”, “Rockantygona”, “O Estrangeiro”, “Hamlet”, “Macbeth” e “Diadorim”. Dirigiu também os musicais “Romeu e Julieta, ao som de Marisa Monte” e “Merlin, ao som de Raul Seixas”. Dirigiu ainda shows de Mart’nalia e Ana Carolina.
Atuou em várias novelas, minisséries e filmes, e desenvolve trabalhos e pesquisas na área das artes visuais. Em 2023, dirigiu a ópera “Isolda/Tristão” para o Theatro Municipal de São Paulo. Em 2024, estreou como ator a peça “O Estrangeiro_reloaded”, dirigiu “Realpolitik”, atualmente em cartaz simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e prepara para 2025 o musical “Hip Hop Hamlet” e o monólogo “O Caso Ruth Desane”, em que dirigirá Betty Faria no seu retorno aos palcos.
Albert Camus – Albert Camus (1913–1960) foi um escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino. Também atuou como jornalista militante envolvido na Resistência Francesa, situando-se próximo das correntes libertárias durante as batalhas morais do segundo pós-guerra.
Seu trabalho profícuo inclui peças de teatro, novelas, notícias, filmes, poemas e ensaios, onde ele desenvolveu um humanismo baseado na consciência do absurdo da condição humana e na revolta como uma resposta a esse absurdo. Para Camus, essa revolta leva à ação e fornece sentido ao mundo e à existência.
Daqui “nasce então a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer”. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957. A curta carreira de Camus como jornalista do LeCombat foi ousada. Atuando como periodista, ele tomou posições incisivas em relação à Guerra de Independência Argelina e ao Partido Comunista Francês.
Ao longo de sua carreira, Camus envolveu-se em diversas causas sociais, protestando veementemente contra as desigualdades que atingiam os muçulmanos no Norte de África, defendendo os exilados espanhóis antifascistas e as vítimas do stalinismo.
À margem de outras correntes filosóficas, Camus foi sobretudo uma testemunha de seu tempo. Intransigente, recusou qualquer filiação ideológica. Lutou energicamente contra todas as ideologias e abstrações que deturpavam a natureza humana. Dessa maneira, ele foi levado a opor-se ao existencialismo e ao marxismo, discordando de Jean-Paul Sartre (1905-1980) e de seus antigos amigos.
O humanismo de seus escritos foi fundamentado na experiência de alguns dos piores momentos da história. A sua crítica ao totalitarismo soviético rendeu-lhe diversas retaliações e culminou na desavença intelectual com seu antigo colega Sartre.
Serviço Espetáculo:
“O Estrangeiro _reloaded”
Texto: Albet Camus
Direção: Vera Holtz
Atuação: Guilherme Leme Garcia
Trilha sonora:
ZemaTamatchan
Figurino: João Pimenta
Quando: sexta-feira (7) e sábado, 8 de março
Sessões: às 20 horas
Ingressos
Inteira: R$ 90
Antecipado: R$ 70
Meia: R$ 45
Vendas: site
www.megabilheteria.com
Local: Teatro Municipal
Onde: praça Alto do São Bento s/nº, Jardim Mosteiro
Telefone: (16) 3625-6481
Capacidade: 515 pessoas
Estacionamento: 40 vagas
Censura: 16 anos