Tribuna Ribeirão
Cultura

Terror psicológico traz o pior do ser humano à tona

FLÁVIA FREITAS

Em um ano inusitado como 2020, em que os eventos foram cancelados ou tiveram que ser remanejados para acontecer de forma online, Numezu, do escritor Jorge Alexandre Morei­ra, foi duplamente consagrado. Venceu o prêmio Aberst 2020 (Associação Brasileira de Escri­tores de Romance Policial, Sus­pense e Terror), uma das mais importantes premiações da lite­ratura de terror e suspense na­cionais, e se classificou entre os 10 finalistas do Prêmio Jabuti, o mais famoso prêmio literário do Brasil, na categoria Roman­ce de Entretenimento.

Jorge reforça a importân­cia desse reconhecimento. “É a primeira vez que um livro de terror é finalista do Jabuti. Isso reflete uma valorização da literatura de entretenimen­to, inclusive, com a criação dessa categoria no prêmio. É maravilhoso estar entre os finalistas e ver a literatura de entretenimento, particular­mente, a de terror, que sempre foi tão marginalizada e que, ao mesmo tempo, é apreciada por tanta gente no Brasil e no mundo, começando a ter seu justo lugar reconhecido”.

Numezu
Mais do que um livro de terror, Numezu é um mergu­lho nas sombras do compor­tamento humano. A história traz Laura e Raoul, um casal em crise, isolado num barco e que encontra uma antiga estatueta – a imagem de uma entidade perversa, ardilosa, que manipula as fragilidades humanas para conseguir li­berdade. Agora, os fantasmas pessoais, desejos secretos e disputas de poder que já as­sombravam Laura e Raoul ganharão um componente violento e sombrio.

Sexo, violência, drogas, terror. Numezu é um livro tenso, claustrofóbico, não destinado aos estômagos fra­cos. Mesmo transitando pelo sobrenatural, ele não nos deixa esquecer que os piores monstros são humanos. Uma leitura de tirar o fôlego, do começo ao fim.

O autor
Jorge Alexandre Moreira lançou seu primeiro livro em 2003, quando quase ninguém falava em literatura de terror independente no Brasil. Escu­ridão, um romance ambien­tado na Amazônia, tem um conflito entre Brasil e EUA como pano de fundo e foi considerado por diversos sites como um dos melhores livros de terror já publicados no Brasil. Uma temática atual e, ao mesmo tempo, atemporal.

Leitor voraz desde os pri­mórdios da infância, é de­voto de Stephen King, Clive Barker, Rubem Fonseca e Jor­ge Amado. Em 2018, lançou Parada Rápida, um thriller sobre o desaparecimento de uma mulher em um posto de gasolina, durante uma viagem. Parada Rápida tem mais de 2.000 downloads na Amazon e nota 4,5 na avalia­ção dos leitores.

Participou do Ghost Story Challenge e das antologias Confinados e Numa Floresta Sombria e, este ano, lançou Numezu.

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