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TERROR NO DF – Trio da região é preso em ato

FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AG.BR.

O ministro da Justiça e Se­gurança Pública, Flávio Dino, confirmou, nesta terça-feira, 10 de janeiro, que os órgãos responsáveis pela investigação do ataque às sedes dos Três Po­deres (Executivo, Legislativo e Judiciário) no último domingo (8), já identificaram alguns dos financiadores da ação que re­sultou na depredação do Palá­cio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribu­nal Federal (STF).

Na segunda-feira (9), o Exército e a Polícia Militar do Distrito Federal desocuparam a área em frente ao Quartel General do Exército, em Bra­sília. Centenas de pessoas que não aceitam o resultado das eleições presidenciais e de­fendem a adoção de medidas antidemocráticas, como inter­venção militar que impeça o presidente Lula de permanecer no cargo, estavam acampadas no local desde os primeiros dias de novembro de 2022.

Segundo a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, cerca de 1,5 mil pessoas foram detidas por en­volvimento nos atos de vanda­lismo. O ministro Flávio Dino, contudo, disse que o número ainda não é definitivo. A Po­lícia Federal informou nesta terça-feira que, por “questões humanitárias”, liberou 599 pessoas que haviam sido de­tidas por atos antidemocráti­cos no domingo.

Também divulgou que ou­tros 527 investigados perma­necem presos. Ao menos três pessoas da região de Ribeirão Preto foram detidas. Estão presos a médica veterinária e social media de Guariba, Ana Carolina Isique Guardiéri Brendolan; o advogado ribei­rão-pretano Barquet Miguel Junior (filho do ex-vereador Barquet Miguel, que cumpriu sete mandatos); e a advogada Nara Faustino de Menezes, também de Ribeirão Preto.

Ela confirmou ter entrado no Congresso, mas diz que o acesso estava liberado. Ana Carolina diz que foi espontanea­mente a Brasília. Quinze crimes são investigados. A 12ª Subse­ção da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, a OAB de Ribeirão Preto, vai promo­ver uma reunião extraordiná­ria na quinta-feira (12), mas avisa que ainda não tem de­núncia oficial que possa resul­tar em punição aos advogados.

As penas dos acusados podem passar de doze anos de prisão. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Fede­ral, 447 pessoas foram transfe­ridas para presídios até a tarde de ontem. São 287 homens e 160 mulheres. “Temos equipes trabalhando nisso, fazendo as oitivas, lavrando autos de apre­ensão e de prisão em flagrante”, explica Dino. O ministro diz que “há uma investigação em curso, que ainda vai ter muitos desdobramentos”.

“Já foram identificados os primeiros financiadores, so­bretudo em relação aos ônibus [que trouxeram os participan­tes dos atos à capital federal]: aqueles que organizaram o transporte, que contrataram os veículos. Estas pessoas já estão todas identificadas”, disse Dino a jornalistas que acompanharam a cerimônia de posse do novo diretor-ge­ral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.

Sem fornecer mais detalhes sobre as pessoas já identifica­das, Dino informou que, entre os financiadores, há desde pequenos comerciantes até empresários do agronegócio e indivíduos ligados a cole­cionadores, atiradores des­portivos e caçadores. “Não é possível identificar um único segmento”, diz.

Segundo o ministro, os pri­meiros financiadores identi­ficados estão espalhados por dez unidades federativas e poderão responder por as­sociação criminosa e prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito, ten­tando destituir um governo legitimamente eleito, entre outros delitos previstos no Código Penal brasileiro.

“Todas as pessoas que ali estavam, estavam com este propósito: invadir, depredar, sitiar, depor o governo. Basta ver o slogan da manifestação. Logo, não há nenhuma difi­culdade de [apontar as res­ponsabilidades] individuali­zação”, disse o ministro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ontem que todos aqueles que financiaram ou incentivaram os atos golpis­tas, seja por ação ou omissão, serão punidos no rigor da lei, além dos próprios vândalos que atacaram as sedes dos Três Poderes no domingo.

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