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Clubes sociais: um dos setores que mais sofrem com a quarentena

FOTOS: J.F.PIMENTA

No decreto que estabele­ceu o estado de calamidade pública na cidade e determi­nou o distanciamento social e a paralisação de todas as atividades não consideradas essenciais, os shoppings cen­ters, os clubes e as igrejas são os últimos que poderão abrir novamente suas portas.

Vendas drive thru nos shoppings para tentar minimizar prejuízos

Com a prorrogação da qua­rentena em todo o estado até o dia 31 de maio, determinada nesta sexta-feira (8) pelo go­vernador João Dória (PSDB), a reabertura parece ter ficado ainda mais distante. Sem pers­pectivas, cada um destes seto­res tenta a sua maneira conti­nuar funcionado e atendendo seu público.

Fechados desde o dia 23 de março, os clubes de Ribei­rão Preto tentam contornar a atual crise financeira e se pre­parar para a nova realidade pós-pandemia. A alternativa encontrada pela maioria deles foi diminuir o prejuízo dando férias e suspendendo contratos de trabalho de funcionários e dos prestadores de serviços terceirizados.

Clube dos comerciários: funcionários demitidos e suspensão de contratos com prestadores de serviço

No Clube dos Comerciá­rios, pertencente ao Sindicato dos Empregados do Comércio de Ribeirão Preto, além das fé­rias para quem tinha direito e da suspensão do contrato dos colaboradores terceirizados, foi necessário demitir 20% dos 45 funcionários. Uma redução de nove profissionais.

Segundo a presidente do sin­dicato, Regina Pessoti, a quem o clube está ligado, essas medi­das drásticas foram necessárias para tentar equilibrar a receita e as despesas da entidade.

Como o setor do comér­cio é um dos mais atingidos pela crise, muitos comerci­ários tiveram seus contratos de trabalho suspensos tem­porariamente. O que afetou diretamente o sindicato e, consequentemente, parte dos serviços oferecidos pela enti­dade para a categoria.

No Clube de Regatas a situ­ação é parecida. Com o distan­ciamento social que impediu o acesso dos associados ao clube e suspendeu todas as ativida­des e projetos programados para este período, a entidade teve que demitir 105 dos 360 funcionários, entre técnicos de manutenção, faxineiras, segu­ranças, cozinheiras e atenden­tes. Quem ficou está de férias ou afastado, afirma o presiden­te, Hermínio Scuro Filho.

Segundo ele, outro desafio é resolver a equação receita versus despesa neste momento e nos próximos meses. Um dos fatores complicadores desta equação é a inadimplência de cerca de 20% dos associados. O Clube de Regatas tem trinta mil associados.

Na Igreja Católica, em vez de missa presencial, celebrações virtuais

“Mesmo quando voltarmos a funcionar enfrentaremos dificuldades, já que teremos que obedecer a uma série de condições de distanciamento social que impedirá a realiza­ção de eventos para gerar no­vas receitas”, explica Hermínio.

Localizado as margens do rio Pardo, na rodovia Cândido Portinari, o clube também tem enfrentado problemas de furtos e vandalismo. Com poucos visi­tantes e funcionários, os crimi­nosos estão aproveitando para invadir as dependências pelo rio Pardo para furtar materiais.

Shoppings
Enquanto não reabrem as portas, os shoppings centers de Ribeirão Preto estão apos­tando no sistema de compras via drive thru. Com a medida eles esperam reduzir parte dos prejuízos e dar aos clientes a oportunidade de fazerem as compras à distância indo até o shopping somente para retirar os produtos.

Para realizar uma compra, é preciso que o cliente entre em contato com as lojas via What­sApp ou por outro canal de co­municação que a loja utilizar. Os vendedores farão o atendi­mento e combinarão a forma de pagamento. Depois, basta o cliente ir ao estacionamento dos shoppings para retirar os produtos. A relação das lojas participantes pode ser visuali­zada no site de cada shopping.

Igrejas no mundo virtual
Sem poder realizar cultos e missas presenciais, as igrejas católica e evangélica optaram por celebrações online. A ini­ciativa tem como missão não deixar seus fiéis sem orien­tação espiritual. No caso das chamadas evangélicas, várias delas, como a Assembleia de Deus de Ribeirão Preto reali­za cultos virtuais três vezes na semana – quartas-feiras, sex­tas-feiras e domingos. Em mé­dia cerca de trezentas pessoas assistem aos cultos ao vivo. Já o total de visualizações é em me­dia de duas mil.

A Igreja Católica também tem realizado missas virtuais. As celebrações são realizadas pelos padres das paróquias com transmissão ao vivo pe­las mídias sociais. As missas não foram canceladas, mas a presença de devotos nas pa­róquias, sim. Ou seja, os fiéis podem acompanhar as cele­brações pelas redes sociais.

Para tentar antecipar ao re­torno das celebrações presen­ciais a vereadora Gláucia Bere­nice (Dem) fez uma indicação à prefeitura de Ribeirão Preto com a proposta de flexibilização de cultos e missas na cidade.

A vereadora ressalta que para a reabertura os templos religiosos igrejas seguirão todo o cronograma de prevenção ao novo coronavírus estabelecido no decreto da prefeitura. Entre as medidas a serem seguidas está o funcionamento com apenas 30% da capacidade de lotação da igreja, o uso obrigatório de máscaras e a limpeza das mãos com álcool gel. Por ser uma in­dicação, o prefeito Duarte No­gueira pode ou não acatá-la.

Quatro mil pedidos de redução de salário

Regina Pessoti, presidente do Sincomércio: 2.800 pedidos foram de suspensão do contrato de trabalho por causa da pandemia

Desde que a Medida Provisória (MP) do Governo Federal entrou em vigência há um mês e permitiu às empresas reduzirem salários, jornada de trabalho ou suspender os contratos de trabalho, o Sindi­cato dos Empregados no Comércio (Sincomerciários) de Ribeirão Preto recebeu quatro mil pedidos de acordo deste tipo. A MP prevê a preservação do valor do salário-hora dos trabalhadores e estabelece que as reduções de jornada poderão ser de 25%, 50% ou de 70%. Além da redução, exis­te a possibilidade da suspensão do contrato de trabalho por até sessenta dias. Segundo a presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Ribeirão Preto, Regina Pessoti, cerca de 2.800 pedidos foram de suspensão do contrato de trabalho pelo prazo de dois meses. Outros 1.200 foram acordos individuais da redução da jornada de trabalho e salário. Regina afirma que tem orienta­do as empresas a darem férias individuais ou coletivas e tentar ao máximo evitar as demissões e a suspensão dos contratos de trabalho. “Estamos trabalhando junto com outras entidades e o governo municipal para encontrar soluções criativas para minimizar os prejuízos causados por esta pandemia”, afirma. Ela cita duas ações implementadas na cidade como positivas: as vendas drive thru e a mudança do Dia das Mães para 14 de junho.

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