Maior expectativa de vida, jornadas de trabalho reduzidas e revolução tecnológica geram uma equação que vai fortalecer ainda mais o turismo no futuro como vetor do desenvolvimento econômico mundial. O posicionamento permeou os painéis e debates desta terça-feira (20) no Fórum Exame de Turismo, em Florianópolis (SC). O evento reuniu líderes empresariais, gestores governamentais, representantes de startups e pensadores do setor. Entre os palestrantes, esteve o sociólogo italiano Domenico De Masi, autor do best-seller Ócio Criativo, e Rafat Ali, presidente do grupo Skift, publicação especializada no tema viagens, sediada em Nova Iorque.
“Somos duas vezes mais competitivos no Turismo que na economia como um todo no Brasil e, por isso, o país precisa colocar o tema no centro da agenda estratégica”, comentou o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o Brasil figura na 72ª colocação no ranking geral de competitividade e na 27ª no relatório setorial do mercado de Viagens. O ministro defendeu o Turismo como caminho para a atração de investimentos genuínos para o país e destacou a força do setor na criação de empregos, no mundo – um em cada cinco empregos na última década foram gerados por este mercado, de acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).
Para Domenico De Masi, o turismo é a atividade fundamental da sociedade pós-industrial. Ele apresentou uma projeção para 2030 em que a população mundial saltará para 8 bilhões de pessoas e, em vez das atuais 727 mil horas de vida, serão 788 mil horas. “Serão mais de 910 milhões de pessoas com mais de 65 anos. O mundo ficou pequeno, uma viagem da Itália para o Brasil que durava 45 dias de navio, agora é feita em 12 horas, e o Brasil deixou de ser longe dos maiores mercados emissores de turistas do mundo como EUA e Europa”, comentou o sociólogo italiano.
Na apresentação de startups, estiveram empresas que encontraram soluções para a gestão de programas de fidelidade, valorização da cultura local e criação de pacotes de viagem personalizados surpresas. “São belos exemplos de como a tecnologia ajuda a gerar oportunidades no turismo, ao contrário de outros setores”, comentou Lummertz. “A tecnologia facilita também a exploração de novos lugares pelo visitante, o que permite uma melhor distribuição territorial do fluxo de viajantes”, completou Rafat Ali.
Marcos Swarowsky, diretor do Expedia Group, e Rogério Siqueira, presidente do parque temático Beto Carreiro, foram os convidados do painel sobre tendências do setor. O evento foi encerrado com debate que contou com a participação do prefeito de Florianópolis – cidadã anfitriã do Fórum -, Gean Loureiro.
Edição: Vanessa Sampaio