A primavera chegou, mas Ribeirão Preto ainda terá muito calor e secura durante esta semana, aumentando o risco de incêndios florestais que atingem a região desde o final de agosto. Esta segunda-feira, 23 de setembro, foi o dia mais quente do ano até agora.
A temperatura chegou a 38 graus Celsius na tarde de ontem, segundo a estação da Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (Redemet), que faz a medição no Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, na Zona Norte da cidade. O recorde anterior era do último dia, quando os termômetros marcaram 37,2 graus Celsius. A umidade mais baixa do ano até agora foi de 10%.
Segundo a Climatempo, a temperatura máxima pode variar entre 38ºC e 39 graus Celsius entre esta terça (24) e sexta-feira, 27 de setembro, com umidade relativa do ar em 16% e 18%. Há previsão de chuva isolada de dois milímetros para sábado (28).
A nova onda de calor deve invadir a próxima semana, já no começo de outubro, sempre com temperatura acima de 35ºC. A média para setembro é de mínima de 18ºC e máxima de 30 graus. Para outubro, os números são semelhantes: 19ºC e 30ºC.
A onda de calor é caracterizada quando a temperatura fica cinco graus acima da média por um período regular. A baixa umidade relativa do ar também preocupa. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando a umidade fica abaixo de 30% o município entra em estado de atenção.
Quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado caso de emergência, o que pode agravar ainda mais a situação das queimadas. O quadro para esta semana em Ribeirão Preto é de alerta, segundo a Defesa Civil e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Os órgãos emitiram alerta laranja de baixa umidade para a região. A formação de uma massa de ar quente e seco na região central do país vai elevar as temperaturas e provocar a queda na umidade do ar em todo o estado de São Paulo, até pelo menos quinta-feira (26). O alerta indica umidade relativa do ar entre 20% e 12%, em Ribeirão Preto.
Evite exercícios físicos entre 11 e 16 horas e beba muita água, suco ou água de coco. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a qualidade do ar em Ribeirão Preto está “moderada” desde domingo (22), depois de ficar “ruim” entre a tarde de quinta-feira (19) e sábado, 21 de setembro.
No fim de semana dos dias 24 e 25 de agosto, no ápice dos incêndios florestais, chegou a “péssima”, a pior avaliação da escola. Segundo dados atualizados às 17 horas de ontem pela Climatempo, nesta segunda-feira (23) a mínima foi de 22ºC e a máxima de 38 graus Celsius, com 18% de umidade entre 15 e 16 horas. Nesta terça-feira (24) os termômetros devem marcar entre 22% e 39%, com umidade entre 18% e 50%.
Na quarta-feira (25), a temperatura oscila entre 24ºC e 38 graus e a umidade fica entre 17% e 43%. Na quinta-feira (26), a máxima pode chegar a 39 graus, um Sol pra cada um, com mínima de 23ºC e umidade entre 16% e 43%. Na sexta-feira (27), os termômetros devem marcar entre 24ºC e 38ºC e a umidade fica entre 18% e 57%.
No sábado (28), em Ribeirão Preto, a temperatura deve oscilar entre 20ºC e 35 graus, com a umidade entre 31% e 78%. No domingo (29), fica entre 22ºC e 35ºC, com umidade variando de 29% a 71%. O calor e a secura devem voltar na semana que vem. Na segunda-feira (30) oscila entre 23ºC e 36 graus, com umidade entre 22% e 65%. Na terça-feira, 1º de outubro, fica entre 24ºC e 38ºC e umidade entre 16% e 49%.
Desde janeiro, Ribeirão Preto teve 15 dias de umidade ideal. O cenário pode mudar de uma hora para outra, de acordo com as informações que chegam via satélite. A última chuva considerável em Ribeirão Preto na cidade ocorreu em meados de abril, quando um temporal derramou cerca de 100 milímetros de água no município.
Com o calorão e a estiagem, a Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, área de recarga do Aquífero Guarani, está quase 100% seca de novo. Vários peixes morreram, segundo flagrante do fotógrafo Alfredo Risk. Pássaros disputam espaço nas poucas poças de água que insistem em alimentar e matar a sede da fauna local. O manancial é o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo.
Tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão e se estende por oito estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o aqüífero – todo o abastecimento da população de 720.800 habitantes é feito via 120 poços artesianos da Secretaria de Água e Esgoto (Saerp) –, o nível caiu 120 metros em 71 anos. Para minimizar essa situação, a prefeitura pretende captar água do Rio Pardo. Seria uma fonte alternativa ao manancial subterrâneo.