A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é uma “pirotecnia” criada pelo governo do presidente Michel Temer para tentar reelegê-lo, acusou nesta quarta-feira, 21, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, o líder petista afirmou ainda que não descarta alianças com o MDB nos Estados, uma vez que o partido seria uma “federação de grupos regionais” que não teria sido inteiramente favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato à Presidência da República. E acho que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro”, afirmou Lula, que está na capital mineira para um evento de comemoração dos 38 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores.
“O Temer sabe que o que tirou a reforma da Previdência da pauta não foi ele nem a intervenção, mas pesquisas mostrando que os deputados não iam votá-la. Então eles pensaram: vamos criar outro espetáculo, e criaram a intervenção no Rio para passar para a sociedade a ideia que iam acabar os problemas”, disse.
Eleições – Questionado a expectativa que tem quanto aos recursos apresentados por sua defesa no Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4) e no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar postergar a execução de sua prisão, Lula se disse “tranquilo” e que não começou a discutir “plano B ou C” porque acredita em sua absolvição. Ele ainda afirmou que não vê problemas em buscar alianças com o MDB nos Estados.
Bertin – Testemunhas ligadas ao Grupo Bertin relataram ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 21, ter feito pagamentos e negociações de preços relativos a reformas do Sítio Santa Bárbara, atribuído pelo Ministério Público Federal ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O processo entrou na fase de instrução – produção de provas – no dia 5 de fevereiro e, desde então, delatores e testemunhas de acusação têm prestado depoimento.