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Esportes

Técnico brasileiro é punido no México por brincadeira homofóbica e se desculpa

REUTERS

O técnico brasileiro Ri­cardo Ferretti, o Tuca Ferret­ti, atualmente no comando do Juárez, foi punido pela Federação Mexicana de Fu­tebol com três jogos de sus­pensão, além de uma multa em dinheiro com valor não informado, por causa de uma fala homofóbica em tom de brincadeira após um jogo em Monterrey. Ele fez retratação, mas não se livrou do gancho e de uma dura bronca.

O México vem sendo pu­nido regularmente pela Fifa ao longo do ano por cânticos homofóbicos de seus torce­dores para com os goleiros ri­vais, e a atitude do treinador acabou não passando impu­ne pela FMF, que busca dar exemplos e tenta acabar com a intolerância no país.

Ao chegar para a coletiva, o experiente treinador de 67 anos, que há muito tempo trabalha no México, resolveu “provocar” os jornalistas. “Há velhinhas? Não? Maricas vão perguntar primeiro? O que vão perguntar primeiro?”, indagou. Perante o silêncio de alguns segundos, Ferretti continuou: “Homens puros, então? Que bom, fizeram uma boa seleção.”

A atitude gerou constran­gimento entre alguns presen­tes e acabou nos tribunais. “A Comissão Disciplinar infor­ma que, decorrente do proce­dimento de investigação que iniciou oficialmente a respei­to dos acontecimentos no fi­nal da partida entre Tigres e Juárez, o sr. Ricardo Ferretti é sancionado financeiramente e com três jogos de suspen­são, que deverá cumprir nas próximas rodadas por ter violado o disposto no Arti­go 1 do Anexo III: ‘Racismo e Discriminação’ do Regula­mento de Sanções da FMF, em vigor para a Temporada 2021-2022 e artigo 6º do Có­digo de Ética”, notificou a Fe­deração Mexicana.

A entidade ainda prome­teu não tolerar uma reinci­dência do treinador brasilei­ro. “O sr. Ricardo Ferretti é avisado sobre sua futura con­duta, pois, caso volte a come­ter atos desse tipo, a Comis­são Disciplinar poderá lhe impor sanções mais severas”, ameaçou.

O treinador se desculpou e prometeu não repetir tal grosseria e desrespeito. “Mi­nha relação com a imprensa de Monterrey é muito espe­cial. Quantas vezes você ou­viu falar das piadas que eles contavam? Não tenho ne­nhum problema homofóbico em lugar nenhum. Sempre fui uma pessoa séria, mas com pessoas em quem confio sou um brincalhão. Talvez as pia­das que eu costumava contar não valham mais”, afirmou o treinador.

“Não foi minha intenção, não tenho problema, se al­guém se ofendeu, peço des­culpas”, seguiu. “Não tenho Twitter, Instagram, nem re­des sociais, não tenho nada, ainda lido com sinais de fumaça, o problema é que não me atualizo sobre certas coisas. Terei mais cuidado quando for a uma entrevista em Monterrey, naturalmente as pessoas ficam ofendidas, e é minha responsabilidade, para a instituição que repre­sento, não fazer comentários inadequados.”

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