Tribuna Ribeirão
Política

Teatro de Arena passa por obras

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo promove trabalhos de adequação e ma­nutenção como forma de re­vitalização do Teatro de Arena Jaime Zeiger, localizado dentro do Parque Municipal Morro do São Bento, no Jardim Mosteiro, em Ribeirão Preto. Algumas melhorias já foram realizadas, como a construção de 100 me­tros de muro no fundo do espa­ço cultural.

Também foram construí­das 13 caixas de passagem para circuito elétrico com suas res­pectivas tampas de concreto armado e um novo corrimão e guarda-corpo foram instalados na escada da arquibancada. Os antigos passaram por obras de reforma. Outras intervenções já ocorreram no Teatro de Arena.

Rede elétrica
Atualmente, o trabalho está focado na melhoria da rede de alimentação elétrica. O projeto especifica a implantação de no­vas luminárias, interruptores, tomadas, caixas de passagem, quadros, disjuntores e demais componentes necessários para o pleno funcionamento da rede.

Será instalada uma cabine de som (House Mix), que consiste em uma estrutura de duralumí­nio e componentes de aço e ma­deira totalmente móveis e des­montáveis, considerando que o Teatro de Arena é um patrimô­nio público. Também serão re­postos os metais e acessórios dos sanitários, substituição de por­tas, além da limpeza das paredes revestidas com pedra natural.

Em 2022
Em maio do ano passado, a prefeitura de Ribeirão Preto lançou edital com o objetivo de contratar uma nova empresa para concluir a reforma do Te­atro de Arena Jaime Zeiger, no Complexo Cultural do Morro do São Bento, no Jardim Mos­teiro. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo previa inves­timento de R$ 830.147,80 nas obras.

Em 2021, a prefeitura de Ri­beirão Preto rescindiu, de forma unilateral, o contrato com a em­presa JAV Construções, vence­dora da licitação e responsável pela revitalização do Teatro de Arena. A rescisão foi publicada no Diário Oficial de 5 de julho daquele ano.

A empresa JAV Construções iniciou o trabalho de revitali­zação em agosto de 2020, mas abandonou as obras em maio de 2021 alegando desequilíbrio financeiro. Também pedia re­ajuste no valor do contrato. A construtora afirmava que o pre­ço dos materiais de construção, principalmente os elétricos, ha­via aumentado muito na pande­mia de coronavírus.

O valor do contrato era de R$ 676.388,82, economia de 15% em relação aos R$ 795.909,91 previstos em edital, desconto de R$ 119.521,09. Segundo a Se­cretaria Municipal de Cultura e Turismo, a ordem de serviço foi expedida pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) na primeira quinzena de agosto de 2020.

Em novembro de 2021, se­gundo a secretaria informou ao Tribuna, 40% da obra já havia sido concluída, restando a parte elétrica, estrutura de segurança e hidráulica. A pasta ressalta ainda que a rescisão ocorreu de forma unilateral devido ao abandono do trabalho e que esta postura da administração está prevista em contrato.

Reforma
Alvo de uma reforma de R$ 1,3 milhão entre 2012 e 2013, o Teatro de Arena foi vítima de inú­meros furtos de fiação elétrica e acabou interditado em agosto de 2016. Nesse período, até o eleva­dor destinado para pessoas com necessidades especiais foi furtado.

Vândalos também levaram torneiras, maçanetas, mobiliá­rio, peças de louça e até o painel de controle da energia elétrica. Depois da reforma, o local foi re­formado e aberto ao público em 2014, quando contou com 27 apresentações diversas. O mes­mo aconteceu no ano posterior, em 2015, quando foi fechado.

Naquele ano, recebeu show de Paulinho da Viola. Em 2019, mesmo fechado, o Teatro de Arena foi palco da Seletiva de Bandas do Festival João Rock, simpósio da música eletrônica, shows de hip hop no aniversário de Ribeirão Preto e ensaios do grupo Maracatu Chapéu de Sol.

História
O Teatro de Arena comple­tará 54 anos em 2023. Foi inau­gurado em 1969, idealizado e construído por Jaime Zeiger numa meia-encosta, em uma área de aproximadamente seis mil metros quadrados. Ele rea­lizou pesquisas em vários países da Europa e Oriente Médio para a escolha do local ideal: topogra­fia que favoreceria a qualidade acústica do teatro.

Foi o primeiro teatro de are­na construído no interior do Estado de São Paulo. A peça “Antígona” (de Sófocles) foi o primeiro espetáculo teatral apre­sentado no espaço cultural. Em 1980, o local ganhou o nome de seu idealizador, Jaime Zei­ger. Em 1986, 17 anos depois da abertura, passou pela primeira grande reforma.

O espaço foi reinaugurado um ano depois, em 1987, com show de Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Também já passaram pelo palco do Arena nomes como Gilberto Gil, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Novos Baianos, Cartola e Os Mutantes. A arquibancada do Arena pos­sui 15 degraus e abriga duas mil pessoas sentadas.

Até a reforma em 2013, o palco era cercado por um fos­so d’água. Após a intervenção, o local foi preenchido com pedras brancas. Recebeu importantes produções artísticas, como fes­tivais de blues, Dança Ribeirão, Feira do Livro, Tanabata e, recen­temente, shows de rock, encontro de carnaval, entre outros eventos.

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