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Tarifa já custa R$ 4,40 em RP

ALFREDO RISK/ ARQUIVO TRIBUNA

Quem precisou usar algu­ma das oito linhas do sistema “Corujão”, que começa a ope­rar a uma hora da madrugada, já pagou mais caro pela tarifa do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto. O reajuste de 4,03%, autorizado por meio de decreto do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), pu­blicado no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 5, começou a vigorar à zero hora desta quarta-feira, 31 de julho.

O valor da passagem de ônibus passou de R$ 4,20 para R$ 4,40, acréscimo de R$ 0,20. A correção ficou abaixo a in­flação oficial do período, de 4,66%, segundo o Índice Na­cional de Preços ao Consumi­dor Amplo (IPCA), indexa­dor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em 7 de junho – acumulado entre junho do ano passado e maio deste ano.

O reajuste de 4,03% des­te ano foi definido depois de estudos elaborados pela Em­presa de Trânsito e Transpor­te Urbano de Ribeirão Preto (Transerp). O aumento da tarifa básica do serviço foi cal­culado mediante aplicação da variação dos índices à fórmula paramétrica prevista na cláu­sula 51 do contrato de conces­são, assinado em maio de 2012 com o Consórcio PróUrbano no valor de R$ 131,4 milhões e validade de 20 anos, ou seja, até 2032.

No ano passado, o reajuste causou muita polêmica. A cor­reção de 6,33% fez o preço da passagem de ônibus saltar de R$ 3,95 para R$ 4,20, aporte de R$ 0,25. O contrato entre a prefeitura de Ribeirão Pre­to e o Consórcio PróUrbano tem Atualmente, o Consór­cio PróUrbano, formado pe­las empresas Rápido D`Oeste (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%), tem uma frota de 356 ônibus que operam 119 linhas.

Em julho do ano passado, ao analisar o mandado de se­gurança do Partido Rede Sus­tentabilidade, o juiz Gustavo Muller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ribei­rão Preto, barrou o aumento de 6,33% na tarifa por 47 dias – em 30 de julho, deveria sal­tar de R$ 3,95 para R$ 4,20, acréscimo de R$ 0,25, mas só começou a valer em 16 de setembro. Porém, após re­cursos da prefeitura, a medi­da cautelar foi derrubada no Tribunal de Justiça e o reajuste foi repassado aos usuários do transporte público.

Em dezembro, Muller Lo­renzato julgou o mérito do mandado de segurança de Papa, reconheceu falhas e anu­lou o decreto n° 220, de autoria do prefeito Duarte Nogueira, que autorizou o reajuste da tarifa. Para não causar caos ta­rifário e insegurança jurídica, o magistrado manteve a pas­sagem em R$ 4,20 até o julga­mento em instâncias superio­res – o que ainda não ocorreu.

No dia 24, a juíza Lucilene Aparecida Canella de Melo, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, negou liminar solicitada em mandado de se­gurança coletivo impetrado pelo Rede Sustentabilidade, que pedia a suspensão do re­ajuste da tarifa do transporte coletivo. Na decisão em que negou a liminar, a juíza argu­menta que a concessão deste instrumento jurídico sem ou­vir o outro lado – no caso, a prefeitura – é algo excepcional.

Por isso, deu prazo de dez dias úteis para o governo se manifestar sobre as argumen­tações apresentadas no man­dado de segurança – a admi­nistração municipal tem até 13 de agosto para dar expli­cações. Para tentar reverter a decisão de primeira instância, o Rede Sustentabilidade, por intermédio do vereador Marcos Papa, impetrou, ainda na noite de quarta-feira, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), um agravo de instrumento em que pede que a suspensão do rea­juste antes do prazo final dado pela Justiça de Ribeirão Preto para a prefeitura se manifestar.

O principal argumento para a celeridade do processo é de que se isso não for feito haverá um caos tarifário na cidade. O partido lembra que, no ano passado, o aumento de 6,33% foi considerado irre­gular em primeira instância, e atualmente o recurso da pre­feitura contra a decisão está no Tribunal de Justiça, onde será analisado pelo desembargador Souza Meireles. A Procurado­ria Geral de Justiça já deu pa­recer favorável á suspensão. O Rede afirma ainda ser injustifi­cável a autorização de novo re­ajuste quando o anterior ainda não foi julgado em definitivo.

O novo valor da passagem de ônibus em Ribeirão Preto, de R$ 4,40, é R$ 0,10 mais caro do que o cobrado na capital paulista, de R$ 4,30, ou 2,32% acima. Porém, segundo nota da Transerp, São Paulo recebe subsídio para o setor no valor de quase R$ 3 bilhões, o que contribui para o preço final da tarifa. Quem faz duas viagens diárias vai pagar R$ 8,80. Em cinco dias da semana, vai gas­tar R$ 44 (ou R$ 176 mensais, considerando 20 dias por mês) – hoje desembolsa R$ 42 se­manais (R$ 168 por mês).

A Transerp também escla­rece que o valor da passagem do transporte público em Ri­beirão Preto, mesmo com o reajuste, é igual ao de Sorocaba (R$ 4,40) e menor do que os das cidades de Guarulhos (R$ 4,45), Campinas (R$ 4,95), São Bernardo do Campo e Santo André (R$ 4,75 em ambas) e Osasco (R$ 4,50). No entanto, a passagem é mais barata em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, onde custa R$ 4,20.

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