A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 19 de janeiro, uma nova tabela com preços mínimos de frete rodoviário. De acordo com a agência reguladora, as alterações vão resultar em um aumento médio que varia de 2,34% a 2,51%, conforme o tipo de carga e operação.
O reajuste considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a atualização do preço do diesel. Os novos valores foram aprovados pela diretoria da agência reguladora na segunda-feira (18).
Os impactos médios oscilam de aumentos de 2,34%, para operações de alto desempenho com contratação somente de veículos automotor de cargas, a 2,51% para operações de carga lotação. Pela legislação, o órgão precisa atualizar os preços a cada seis meses, em janeiro e julho de cada ano.
A tabela do frete foi criada pelo ex-presidente Michel Temer durante a greve dos caminhoneiros em 2018. Uma das reivindicações da categoria, a medida foi implementada pelo governo dentro do conjunto de ações para pôr fim à paralisação. O aumento se dá em meio a uma movimentação de um grupo de caminhoneiros por uma nova greve em fevereiro.
Na tentativa de agradar a categoria e evitar uma nova paralisação, o presidente Jair Bolsonaro atendeu a um dos pleitos e anunciou que vai zerar a tarifa de importação de pneus. O imposto de importação do produto vai cair de 16% para zero. O pneu é o segundo item mais caro no custo de manutenção do caminhão.
O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, diz que ainda está conversando com os representantes da categoria nos Estados sobre a possibilidade de paralisação em 1º de fevereiro e que a associação deve ter uma posição definida na sexta-feira (22).
Ele considera insuficiente o reajuste do piso mínimo do frete. “Colocaram só em 2,51% de reajuste, isso é brincar com a categoria, é chamar a gente de palhaço”, diz. “A gente queria saber onde que a ANTT arrumou esse cálculo de 2,51%; não fizeram a pesquisa no mercado para saber quanto está o preço do pneu, dos insumos para o caminhão.”